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Regionais 2024 Madeira

Chega defende apoios ao sector da pesca inclusive para renovar embarcações

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O candidato do Chega às eleições legislativas da Madeira defendeu hoje um reforço dos apoios ao setor da pesca, inclusive para renovação das embarcações e formação de jovens, após percorrer as ruas da vila piscatória de Câmara de Lobos.

"O peixe-espada-preto, que é um símbolo da culinária tradicional madeirense, é apanhado por pescadores de Câmara de Lobos. São esses pescadores que se dedicaram a essa arte de pesca, contudo, ao longo dos tempos, [...] têm sofrido um abandono por parte das entidades que governam, nomeadamente a Secretaria das Pescas", expôs o cabeça de lista do Chega às eleições regionais da Madeira, Miguel Castro, em declarações à agência Lusa.

Com bandeiras do partido, da Região Autónoma da Madeira e de Portugal, a caravana do Chega, com cerca de 20 apoiantes, percorreu as ruas estreitas do centro de Câmara de Lobos, entre a baía com os barcos coloridos dos pescadores e os bares da tradicional poncha, apelando ao voto nas eleições antecipadas de 26 de maio, entregando folhetos com as "medidas para mudar a Madeira", canetas, t-shirts e sacos de pano.

A ação de rua começou atrasada e com a peripécia de Miguel Castro ter ficado sem pilhas na chave automática do carro para o trancar no estacionamento, onde os arrumadores de carros já estavam com a t-shirt do Chega vestida e ainda lhe pediram uma moeda, mas este não acedeu. A primeira paragem do cabeça de lista foi na Capela de Nossa Senhora da Conceição, onde entrou e se benzeu, seguindo depois para o contacto com a população.

Entre pescadores, agricultores, comerciantes, taxistas e até turistas, a caravana do Chega insistiu no apelo ao voto enquanto distribuía canetas e deixava o aviso: "Não pode votar no PSD senão dá choque".

Muitos foram os que se aproveitaram dos brindes do partido, mas houve também quem dirigisse palavras de apoio: "Força, nada de desistir".

"Não se esqueça dos pescadores", pediu um dos câmara-lobenses, dirigindo-se ao cabeça de lista e presidente regional do Chega.

Quase no final da ação de rua passa a caravana do PS, ao som da música de campanha dos socialistas, tendo a comitiva de Miguel Castro gritado repetidamente: "Chega".

Nas últimas eleições legislativas nacionais, em 10 de março deste ano, o Chega foi a segunda força política mais votada em Câmara de Lobos, com 21,07% dos votos, atrás do PSD (40,59 %) e à frente do PS (14,85%), o que, segundo Miguel Castro, representou um passo para "uma mudança no sistema político regional".

"É o PSD que governa a Madeira desde a autonomia, desde 1976, depois do 25 Abril [de 1974], e as pessoas anseiam por uma mudança, para uma reforma política", reforçou.

Quanto aos anseios dos pescadores, o Chega comprometeu-se com uma reforma no setor da pesca, com uma reestruturação nas embarcações, para torná-las polivalentes, assim como incentivar e formar jovens nesta área: "Porque não vivemos sem pesca".

Considerando que os pescadores são "uma profissão cada vez mais em extinção, em abandono", Miguel Castro reforçou a necessidade de manter a arte da pesca, sugerindo que quando o peixe-espada-preto está no período do defeso, em que a pesca fica vetada ou controlada, os pescadores possam capturar outras espécies.

Outro dos temas abordados em Câmara de Lobos foi a toxicodependência, problema que é visível nas ruas, tendo o candidato do Chega se manifestado contra a liberalização do consumo de drogas.

As legislativas da Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.