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Madeira

A importância de questionar “onde quer o meu ‘velho’ passar o resto dos seus dias”

A enfermeira Carolina Manica lembra que “os idosos têm vontades” e sublinha que “certamente as expressaram aos seus familiares ao longo da sua vida”

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Ao DIÁRIO-SAÚDE, Carolina Manica começou por contar que nunca foi tão importante falar da terceira idade como agora, porque “é urgente entender o que podemos fazer com os nossos ‘velhos’”, termo que carinhosamente descreve como  “muito bonito e sinal de que uma pessoa viveu muito tempo.”

“Temos de questionar onde é que os nossos ‘velhos’ querem passar os 'últimos dias'. Não nos podemos esquecer que os nossos idosos têm vontades e, certamente, ao longo da sua vida foram referindo aos seus familiares as vontades que tinham”, sublinhou a enfermeira que desenvolveu um projecto para poder fornecer vários serviços ao domicílio, após uma experiência com os seus avós que não queriam ir para um lar.

Confrontados com uma população cada vez mais envelhecida, com Portugal a liderar a tabela composta pelos 27 países da União Europeia, de acordo com os dados da Eurostat, a entrevistada da rubrica presente no Youtube, garante ser urgente entender quais são as necessidades dos idosos, que, claramente,  já não são as mesmas de há 20 ou 10 anos atrás.

Carolina Manica é especializada em saúde mental, mas desde cedo virou a sua atenção para os mais velhos, porque sentiu ser necessário "humanizar mais a velhice, que vê muitas vezes a sua autonomia retirada e a sua intimidade quebrada”.

“Dar qualidade de vida aos nossos idosos é colocarmo-nos na mesma situação e perceber que se estiver numa instituição não posso escolher a pessoa que me vai dar o banho, nem a refeição que quero comer. Existem regras para cumprir. A intimidade acaba por ser quebrada."

A profissional de saúde não retira legitimidade à escolha de um lar ou centro de dia, desde que essa seja a escolha da pessoa “que lutou toda a vida para poder ter a qualidade de vida que merece”, mas sublinha ser mais fácil para o utente quando, a título de exemplo, “já conhece a menina Maria e, é sempre a mesma que lhe vai dar o banho, porque isto dá segurança e acaba por atenuar os efeitos de uma intimidade quebrada.”

Sabia que devemos começar a planear a nossa velhice por volta dos 30 anos?

Assista à entrevista para ficar a saber a importância do envelhecimento activo e qual é a opinião da enfermeira Carolina Manica sobre se o Governo Regional deveria dar apoio a todos aqueles que querem passar os seus últimos anos na casa que trabalharam toda a vida para manter: