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Madeira

Perturbações do neurodesenvolvimento têm aumentado entre as crianças

Mónica Vasconcelos, presidente da Sociedade Portuguesa de Neuropediatria, fala nos avanços no diagnóstico e mudança de hábitos como principais causas

A cerimónia de abertura do 18.º Congresso da Sociedade Portuguesa de Neuropediatria contou com a presença de Pedro Ramos, secretário regional de Saúde e Protecção Civil; de Manuel Pedro Freitas, director do Serviço de Pediatria do SESARAM; Paulo Rego Sousa, coordenador da Unidade de Neuropediatria do SESARAM; Rui Vasconcelos e Mónica Vasconcelos. 
A cerimónia de abertura do 18.º Congresso da Sociedade Portuguesa de Neuropediatria contou com a presença de Pedro Ramos, secretário regional de Saúde e Protecção Civil; de Manuel Pedro Freitas, director do Serviço de Pediatria do SESARAM; Paulo Rego Sousa, coordenador da Unidade de Neuropediatria do SESARAM; Rui Vasconcelos e Mónica Vasconcelos. , Foto ML

A presidente da Sociedade Portuguesa de Neuropediatria não tem dúvidas de que o número de crianças com perturbações do neurodesenvolvimento tem vindo a aumentar nos últimos anos, também na Madeira, deu conta no âmbito do 18.º congresso da Sociedade Portuguesa de Neuropediatria. 

Mónica Vasconcelos traça uma realidade influenciada pelo diganóstico cada vez mais precoce e de uma forma mais eficaz. Entre as principais justificações para tal constatação a médica do Serviço Regional de Saúde (SESARAM) coloca, igualmente, a mudança de hábitos de vida e a dependência das novas tecnologias. "Várias razões parecem apontar para isso", sustenta a especialista, que na sua prática diária verifica uma maior procura pela especialidade. 

"As pessoas estão mais alerta aos sinais precoces e procuram-nos mais por patologias do espectro do autismo, por perturbações de hiperactividade e défice de atenção, por problemas de sono", refere, salientado que "se calhar a nossa sociedade está a fazer com que tal aconteça". 

"O próprio estilo de vida em que vivemos, a nossa sociedade, a maneira como nós apreendemos a informação, como as nossas crianças se apropriam da informação, as brincadeiras delas que são diferentes do que eram na minha altura, e tudo isso se calhar, e a correria em que a nossa sociedade vive, levou a um diferente tipo de doenças em termos de perturbações do neurodesenvolvimento", destaca Mónica Vasconcelos, não deixando de incluir nesse conjunto o uso excessivo da tecnologia. 

A médica refere, ainda, que nas demais doenças neurológicas nas crianças os números não têm evidenciado grandes crescimento, inlcuindo nesse naipe um leque variado de patologias, que vão desde a enxaqueca à epilepsia, não esquecendo as cefaleias e outras dores de cabeça. 

O 18.º congresso da Sociedade Portuguesa de Neuropediatria decorre entre hoje e amanhã, pela primeira vez, no Funchal, reunindo mais de uma centena de profissionais de saúde desta área no Pestana Casino Park. Esta iniciativa tem como comissão organizadora os quatro médicos que compõem o Serviço de Neuropediatria do Hospital Dr. Nélio Mendonça, nomedamente Mónica Vasconcelos, Paulo Rego Sousa, Rui Vasconcelos e Andreia Forno. 

Entre os vários temas em análise, por especialistas nacionais e internacionais, teremos a neurologia comportamental, os problemas do sono na criança, a importância da genética nas doenças neurológicas, entre outros. A par das mesas redondas, terão lugar alguns simpósios, e comunicações orais.