Madeira conta com nova empresa de navegação 20 anos depois da última entrada
A Wilhelmsen, o gigante norueguês dos mares, perspectiva uma aposta em diferentes sectores nesta área de negócio na Região
Cerca de 20 anos depois da última entrada no mercado regional de uma empresa da área, a Madeira passa a contar com uma nova empresa de navegação. A Wilhelmsen espera chegar a diferentes sectores, no ramo do ‘shipping’, sendo que o Porto do Funchal passa a integrar os mais de 2.200 portos, em 60 diferentes países, onde este grupo norueguês tem presença física.
Aos jornalistas, Jorge Ferreira revelou que esta vinda para a Madeira é o “dar continuidade a um projecto que começou há mais tempo”, traduzindo “um passo muito importante”, sobretudo por tirar partido “da localização estratégia [da Madeira] no Atlântico”.
O director Wilhelmsen destacou essa relevância sobretudo nas rotas transatlânticas e do Mediterrâneo. “Esperamos ser um parceiro importante e um aliado da economia regional e ajudar a dinamizar o Porto do Funchal nas suas diversas operações”, sustentou.
Com cautelas quanto à indicação das principais apostas, Jorge Ferreira disse que será necessário indagar “a evolução, as dinâmicas”, notando que têm já alguns projectos em mãos, sem revelar quais, “sempre com o foco no desenvolvimento do Porto do Funchal”.
A ideia passa, muito, por tirar partido do seu posicionamento como maior rede de ‘shipping’ do Mundo, trazendo para a Região os vários negócios que o grupo possui, lembrando a presença na área das energias renováveis, dos produtos químicos, do abastecimento a navios. “Vamos tirar partido daquilo que nós temos, do nosso ‘know-how’, sabemos onde somos fortes, onde somos líderes, e apostar, aqui na Madeira, tirar partido da localização estratégica da Madeira”, afirmou.
Barreto destaca “dimensão global” da empresa
A sede da Wilhelmsen na Madeira, situada no edifício Infante, foi, esta tarde, inaugurada por Rui Barreto. Na ocasião, o secretário regional de Economia, Mar e Pescas socorreu-se dos números - nomeadamente dos 128 navios que integram a frota própria do grupo, da gestão técnica de mais de 450 outros navios, alguns dos quais integram o Registo Internacional de Navios da RAM – para destacar a “dimensão global” deste ‘gigante’ dos mares que chega, agora, à Região.
O governante usou essa escolha pela Madeira para enaltecer a “atractividade que a Região tem”, sustentada pelas infraestruturas portuárias que possui. “As empresss quando se instalam é porque sentem confiança no investimento. E isso é muito importante”, justificou Barreto, destacando o facto de o Porto do Funchal ter sido reconhecido por duas vezes como o melhor porto de cruzeiros da Europa.
Nesse segmento, o secretário regional destacou as previsões de crescimento para este ano em 10% no número de passageiros desembarcados.
Estudo para descarbonização dos portos madeirenses concluído este ano
Focando a descarbonização dos portos da Região e as energias renováveis, segmento onde a Wilhelmsen é líder, Rui Barreto destacou a conclusão, ainda este ano, do estudo sobre essa matéria. “Temos de atingir metas de sustentabilidade para fazermos a transição ambiental e energética, para termos aqui os postos de carregamento e termos, também, a possibilidade, com menos ruído, injectar com energias limpas o abastecimento e o carregamento dos navios”, disse.
A par disso, salientou que “há uma série de projectos que nós podemos desenvolver e que esta empresa tem ‘know-how’ que pode aportar aos portos da Madeira”, projectos esses que poderão ser importantes para a retenção de talentos na Região, objectivo que, conforme reforçou, tem sido uma aposta do Governo Regional.