Zelensky cancela visita a Espanha e Portugal
O Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky cancelou a visita a Madrid marcada para sexta-feira, viagem que tinha também paragem prevista em Portugal, adiantaram hoje fontes da Casa Real espanhola à agência Efe.
O Palácio da Zarzuela não explicou os motivos do cancelamento da visita, que ia ser a primeira visita bilateral de Zelensky a Espanha e na qual estava previsto um encontro com o chefe do Governo, Pedro Sánchez, para assinar um acordo de segurança.
Fontes diplomáticas citadas pela Efe salientaram que a viagem do Presidente da Ucrânia, que ia incluir Portugal, se deve à complexa situação que este país atravessa face à ofensiva russa após mais de dois anos de guerra.
O ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, tinha confirmado hoje que a visita do Presidente da Ucrânia a Portugal estava "a ser preparada", sem adiantar mais pormenores sobre a data ou programa da deslocação.
A visita de Volodymyr Zelensky a Portugal tinha sido avançada na segunda-feira pela SIC, numa visita do chefe de Estado ucraniano que previa a assinatura de acordos bilaterais de segurança.
Já o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, tinha dito hoje, sem abordar a visita de Zelensky, que Portugal está a trabalhar no acordo de garantias de segurança com a Ucrânia.
O ministro falava em Madrid, ao lado do homólogo espanhol, José Manuel Albares, com quem hoje se reuniu.
Sobre o acordo com a Ucrânia, que já foi anunciado pelo governo anterior, em julho de 2023, após uma cimeira da NATO (a organização de Defesa de países europeus e da América do Norte), Rangel disse que "os serviços diplomáticos" continuam a trabalhar no documento "até haver uma versão final em condições de ser assinada", sem dar mais detalhes.
Está em causa um acordo bilateral de Portugal com a Ucrânia, em linha com outros que Kiev já assinou ou se prepara para assinar com outros países.
O objetivo é dar mais garantias de segurança à Ucrânia, com apoio militar e financeiro a longo prazo.
Rangel confirmou hoje que falou no domingo, numa "conversação até longa" com o homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, e reiterou que "o acordo está a avançar".