Montenegro afirma que interesse nacional reclamava "a melhor decisão" para o aeroporto
O primeiro-ministro afirmou hoje que o interesse nacional reclamava não apenas uma decisão sobre o futuro aeroporto, mas "a melhor decisão", considerando que o ano de avaliação pela Comissão Técnica Independente (CTI) "foi imprescindível".
Luís Montenegro anunciou, numa declaração ao país a partir da residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, que o Governo escolheu Alcochete (distrito de Setúbal) para a localização do novo aeroporto internacional de Lisboa, seguindo a recomendação da Comissão técnica Independente (CTI) criada por acordo entre o PSD e o anterior Governo do PS.
"Disse, nessa ocasião, como é justo dizer que também o fez o anterior primeiro-ministro, que um ano de trabalho da CTI não significava atrasar mais um ano uma decisão que se aguardava há 50 anos", defendeu.
Para Montenegro, "este ano de avaliação era imprescindível e a forma adequada de desbloquear o processo".
"Nem era precipitação irresponsável nem era adiamento passivo. Quero hoje, como primeiro-ministro, afirmar que estas decisões, apesar de rápidas, são ponderadas, fundamentadas e estratégicas para o futuro de Portugal", afirmou.
"O interesse nacional não reclama apenas uma decisão, reclama que se tome a melhor decisão com base na melhor informação", reforçou.
Além de ter decidido a localização e denominação do novo aeroporto de Lisboa -- que se vai chamar Luís de Camões -, o Governo aprovou ainda a determinação de um plano de obras para o atual Aeroporto Humberto Delgado, a conclusão dos estudos para uma terceira travessia do Tejo e da ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Madrid.
O primeiro-ministro, que tomou posse em 02 de abril, fez questão de somar estas decisões a outras do Governo, como a descida do IRS (ainda em discussão na especialidade do parlamento), as negociações com professores e forças de segurança, o aumento do valor de referência do Complemento Solidário para Idosos e a comparticipação a 100% dos medicamentos para os seus beneficiários, bem como a nova estratégia para a habitação, apresentada na passada sexta-feira.
"Estas decisões são apenas o resultado de 32 dias de trabalho governativo após a investidura no parlamento, um ritmo que vai continuar intenso", afirmou.
Montenegro terminou a sua curta intervenção -- sem direito a perguntas e que antecedeu uma apresentação mais detalhada do ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz -- a citar o poeta Luís de Camões e uma passagem d'"Os Lusíadas".
"'As cousas árduas e lustrosas se alcançam com trabalho e com fadiga'. A nossa filosofia é não perder tempo, é fazer tudo aquilo que depende de nós. A nossa ambição é fazer mais depressa e melhor que os outros, a nossa vitória é a felicidade dos portugueses", disse.