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Itália lança projecto-piloto para proteger mulheres vítimas de violência

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A Itália lançou hoje um projeto-piloto contra a violência de género destinado às mulheres, ao entregar relógios 'inteligentes' ligados ao centro da polícia para uma intervenção imediata em caso de alarme.

No âmbito deste projeto "Mobile Angel" (anjo móvel), que inclui a Procuradoria do Tribunal de Roma e o Comando Regional 'Carabinieri' (força policial), o relógio será entregue a várias mulheres já identificadas e com o seu pleno consentimento.

O relógio integra um microfone e um "dispositivo de geolocalização, para que a intervenção dos Carabinieri seja mais rápida e eficaz, mesmo que a pessoa agredida não consiga falar", segundo nota oficial.

Assim, o dispositivo pode ser ativado pela vítima de perseguição ou automaticamente em caso de violência de género.

Em Itália, muitos agressores têm um dispositivo que lhes rastreia os movimentos, mas, em alguns casos, isso não foi impedimento para se aproximarem das vítimas.

"Com este instrumento, o Estado permite que a vítima de violência de género se defenda e comunique imediatamente com os investigadores: culturalmente, transfere o poder de iniciativa para a vítima. O objetivo é fornecer todas as soluções possíveis para combater e prevenir este fenómeno dramático", explicou o Procurador-Geral de Roma, Francesco Lo Voi.

Lo Voi notou o "enorme potencial, porque através de uma aplicação no telemóvel ou simplesmente através de um golpe recebido" é enviado um sinal. O geolocalizador permitirá que a patrulha mais próxima chegue, enquanto a vítima é alertada através de uma "vibração de que a ajuda está a chegar", acrescentou.

Na capital italiana, nos últimos seis meses, os 'Carabinieri' registaram 470 ativações do chamado protocolo "código vermelho" com a Procuradoria de Roma, na maioria dos casos relacionados com "abusos familiares" e "atos de perseguição", nos quais foram detidas 82 pessoas, 16 ficaram em prisão preventiva.