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A Guerra Mundo

ONU profundamente preocupada com ataques contra civis na Ucrânia

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Foto AFP

O Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU manifestou hoje profunda preocupação com o aumento dos ataques contra civis na Ucrânia, sobretudo na região de Kharkiv (nordeste), onde as forças russas intensificaram os bombardeamentos nas últimas semanas.

No mês passado, as Nações Unidas registaram 129 mortos e 574 feridos entre a população civil na Ucrânia, num "padrão" que parece ser contínuo.

Nos últimos cinco dias, a ONU registou pelo menos oito mortos e 35 feridos só em Kharkiv, região onde se localiza a segunda cidade mais populosa do país.

A porta-voz do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, Liz Throssell, indicou que pelo menos 6.000 civis fugiram das zonas próximas da fronteira russa, na sua maioria para a cidade de Kharkiv "que fica apenas a 30 ou 40 quilómetros dos combates".

Os funcionários da ONU naquela zona relataram que o som das sirenes é "quase constante" e que o som das explosões da linha da frente é audível na capital regional, tendo Throssell também acrescentado que os ataques levaram a cortes diários de eletricidade.

Um dos principais focos de combate é a cidade de Vovchansk, onde "várias centenas de civis" terão permanecido. Antes da ofensiva russa, viviam nesta cidade cerca de 3.000 ucranianos.

Throssell apelou à prudência de todas as partes para evitar efeitos colaterais e foi pedido diretamente à Rússia o cessar "imediato" dos bombardeamentos e o respeito pelo direito internacional.

A mesma fonte sublinhou também que Moscovo deve cumprir as medidas exigidas pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), o principal órgão jurisdicional da Organização das Nações Unidas (ONU), e retirar as suas tropas para "fronteiras internacionalmente reconhecidas".

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

O conflito, que já entrou no terceiro ano, provocou a destruição de importantes infraestruturas em várias áreas na Ucrânia, bem como um número por determinar de vítimas civis e militares.

Os últimos meses têm sido marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.