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Amnistia Internacional desafia portugueses a escreverem aos deputados a exigir cessar-fogo em Gaza

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Foto EPA

A Amnistia Internacional desafiou hoje os portugueses a escreverem aos deputados do seu círculo eleitoral para exigir um cessar-fogo na Faixa de Gaza, no âmbito de uma nova campanha que alerta para o impacto devastador do atual conflito.

Em comunicado, a organização não-governamental (ONG) defendeu que a urgência de um cessar-fogo na Faixa da Gaza "cresce a cada dia" e sublinhou que "a intensificação da guerra entre as autoridades israelitas e o Hamas e outros grupos armados tem tido um impacto devastador na população civil", que soma, acrescentou, "mais de 35.000 vítimas mortais, entre as quais, pelo menos 15.000 crianças".

Perante tal cenário, a Amnistia Internacional Portugal desafia todos os cidadãos a escrevem cartas aos deputados portugueses "exigindo-lhes que trabalhem a uma só voz por um cessar-fogo imediato por todas as partes".

A carta a enviar a cada deputado e deputada pode ser encontrada no 'site' da Amnistia Internacional Portugal.

A carta será depois enviada aos respetivos parlamentares com o apelo "para que se empenhem e atuem enquanto deputado/a da Nação, desenvolvendo todos os esforços no parlamento, junto do Governo da República Portuguesa, e por todos os meios ao seu dispor, com fim a alcançar um cessar-fogo duradouro na Faixa de Gaza", de acordo com a ONG de defesa dos direitos humanos.

Para Pedro A.Neto, diretor executivo da Amnistia Internacional Portugal, esta campanha intensifica o "principal apelo: o cessar-fogo".

"Não há outro atalho possível. É por isso que queremos envolver todas as pessoas neste apelo, incentivando-as a escrever aos deputados e deputadas dos vários círculos eleitorais, para que, também eles, sejam desafiados a tornar este apelo parte integrante do seu trabalho e conversações", acrescentou o responsável, citado no comunicado.

A ofensiva israelita na Faixa de Gaza provocou pelo menos 82 mortos e 234 feridos nas últimas 24 horas, números diários superiores aos registados nas últimas semanas.

O atual conflito foi desencadeado depois de um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Em represália, Israel lançou uma ofensiva que já provocou mais de 35.000 mortos e 79 mil feridos, segundo o Hamas, que controla o enclave palestiniano desde 2007.

A retaliação israelita está a provocar uma grave crise humanitária em Gaza, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que já está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.