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Donald Trump usa líderes republicanos para atacar testemunha em julgamento

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Foto EPA

Vários dirigentes do Partido Republicano compareceram, esta segunda-feira, no julgamento de Donald Trump em Nova Iorque, para atacar a credibilidade do antigo advogado e principal testemunha da acusação, Michael Cohen, que o ex-presidente está proibido de criticar publicamente.

"O que o presidente está impedido de dizer, o que é uma vergonha, é que cada pessoa envolvida neste processo é na prática um agente político democrata", disse o senador republicano JD Vance, do Ohio, no exterior do tribunal, durante o intervalo de uma das sessões do julgamento em que Trump está proibido de atacar o seu antigo advogado.

Hoje, Cohen testemunhou para alegar que o ex-presidente o instruiu a silenciar histórias que poderiam ter prejudicado a candidatura presidencial de 2016 de Trump, incluindo pagar o silêncio da atriz pornográfica Stormy Daniels sobre um alegado caso extramatrimonial, configurando uso não declarado de fundos de campanha, o que constitui um crime.

Trump está obrigado a não comentar as testemunhas do seu julgamento, por uma ordem de silêncio que ele já quebrou por várias vezes, tendo sido multado pelo tribunal.

Para contornar essa dificuldade, Trump trouxe até Nova Iorque vários líderes republicanos apostados em manchar a imagem das testemunhas, em particular de Michael Cohen.

Vance - que é apontado como candidato a ser vice-presidente de Trump nas eleições presidenciais de novembro, em que defronta o democrata Joe Biden - faz parte desse grupo.

Outros membros do grupo incluem o senador Tommy Tuberville, do Alabama, a congressista Nicole Malliotakis de Nova Iorque e dois procuradores-gerais, Steve Marshall do Alabama e Brenna Bird de Iowa.

Na sua página na rede social X, Vance divulgou uma mensagem destinada a colocar em causa a credibilidade do antigo advogado de Trump.

"Cohen não consegue lembrar-se de qual a idade do seu filho ou quantos anos tinha quando começou a trabalhar para Trump, mas tenho a certeza de que ele se lembra de detalhes de há vários anos!", escreveu o senador.

Vance também dirigiu críticas à filha do juiz Juan M. Merchan, que é responsável por este caso.

A ordem de silêncio relativa a Trump proíbe comentários críticos sobre pessoas ligadas ao caso - exceto Merchan e o procurador-distrital Alvin Bragg - bem como sobre os membros da família de Merchan.

Durante o julgamento, vários líderes republicanos também surgiram a fazer elogios e a pronunciar mensagens de apoio ao ex-presidente e agora de novo candidato presidencial, como o senador Rick Scott, da Florida, e o procurador-geral do Texas, Ken Paxton.

Fora do tribunal, Scott disse que a filha de Merchan é "uma agente política e arrecada dinheiro para os democratas" -- uma crítica que está proibida a Trump por causa da ordem de silêncio.

Os advogados de Trump argumentaram contra esta ordem de silêncio, alegando que o ex-presidente deve ter permissão para responder ao depoimento de Stormy Daniels, mas Merchan recusou um pedido para alterar esta decisão.