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Regionais 2024 Madeira

Livre quer que 20% dos novos empreendimentos sejam para habitação pública acessível

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Foto Shutterstock

A cabeça de lista do Livre às eleições regionais da Madeira, Marta Sofia, defendeu hoje um plano de emergência à habitação, em que 20% dos novos empreendimentos desenvolvidos na região são direcionado para habitação pública acessível.

Pelas ruas da cidade do Funchal, a candidatura do Livre às eleições antecipadas de 26 de maio iniciou hoje a campanha eleitoral, tendo como mote a ideia de "chamar à atenção" que "48 anos de governação de um partido único não é solução", referindo-se à liderança do PSD na Madeira.

Com bandeiras do partido Livre, da comunidade LGBT+ e da Região Autónoma da Madeira e com animação de rua, teatro circense e duas pessoas em andas, a comitiva fez uma caminhada descontraída pelas ruas, falando com a população e apresentando propostas para "resolver os problemas das pessoas".

Em declarações à agência Lusa, Marta Sofia disse que a candidatura do Livre tem três pilares essenciais: saúde, habitação e ambiente.

"Faz parte de uma das propostas desta candidatura um plano de emergência à habitação", no âmbito do qual 20% dos novos empreendimentos desenvolvidos na região são direcionados "para habitação acessível e social pública", indicou.

Na área da saúde, a cabeça de lista do Livre referiu que "faz falta a contratação de mais profissionais" e "um investimento sério" no sistema regional, propondo o aproveitamento dos centros de saúde existentes "com a inclusão de um gabinete de saúde oral".

A nível do ambiente, o Livre afirmou que "é urgente passar a mensagem de que o património natural não pode estar a mercê dos investimentos privados", reforçando que existem diretivas de habitat que têm de ser respeitadas.

"Não têm sido 48 anos de governação direcionada para os reais interesses da população e é preciso haver uma alternativa e há uma alternativa. Obviamente que o Livre almeja poder ter uma representação parlamentar, também é a base destas eleições, mas acima de tudo é consciencializar as pessoas, consciencializar as pessoas que existe uma alternativa de confiança, de esperança para a nossa região, e essa alternativa passa por nós, passa pelo partido Livre", expôs.

Marta Sofia reiterou que é preciso "ultrapassar esta mordaça da direita", porque, segundo diz, "há pessoas que ainda acreditam que podem perder o seu emprego, que podem perder o seu subsídio por não votar neste partido único [PSD]", reforçando que o voto é secreto.

"A Madeira precisa de uma assembleia legislativa plural, democrática e também com oportunidades. É preciso que se criem oportunidades dentro da assembleia para que se resolvam os problemas das pessoas e que se pare com esta luta de egos ideológicos e de poder, porque as pessoas têm de estar em primeiro lugar", defendeu.

O Livre concorreu pela primeira vez nas eleições regionais da Madeira de setembro de 2023, mas não conseguiu nenhum mandato.

As legislativas da Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.