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Regionais 2024 Madeira

Roberto Almada acusa Albuquerque de usar meios do Governo Regional para fazer campanha

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O cabeça de lista do BE às eleições regionais da Madeira, Roberto Almada, acusou hoje o PSD de utilizar os meios do Governo Regional para fazer campanha eleitoral, considerando que "é um abuso e uma subversão da democracia".

"Atribuir carrinhas a associações, utilizar viaturas oficiais para ações de campanha do PSD, pôr as Casas do Povo, braços armados do regime, a distribuir medalhas e a fazer 'caridadezinha' com o presidente do Governo e candidato do PSD a estas eleições ao lado, é um abuso e uma subversão da democracia a que temos que estar atentos e que temos que combater", afirmou o candidato bloquista.

Roberto Almada discursava num comício junto à Assembleia Legislativa da Madeira, no Funchal, que deu início à campanha eleitoral do Bloco de Esquerda para as eleições de 26 de maio e que contou com a presença da coordenadora do partido, Mariana Mortágua.

O candidato, que foi eleito deputado do BE nas últimas regionais, em setembro passado, acusou o presidente do governo madeirense e novamente candidato social-democrata de "usar o que é de todos para fazer campanha pelo seu partido", reforçando que os meios são "da região e não são do PSD". "Miguel Albuquerque vai às inaugurações das estradas, dos supermercados e até, pasme-se, de casas de banho públicas", realçou, acrescentando que "anda numa roda viva a prometer agora os apoios que andou a recusar durante os mandatos anteriores".

Roberto Almada considerou ainda que o "verniz democrático com que tentou apagar o 'passado jardinista' já desapareceu". "Miguel Albuquerque é um novo 'jardinismo', negócios para alguns, os Farinhas, os Henriques e os Sousas deste mundo, miséria para muitos e circo na campanha à custa de todas e de todos os madeirenses", disse.

O cabeça de lista do BE criticou ainda o modelo da economia, com "obras faraónicas, betão até ao mar, irresponsabilidade ambiental" e falta de habitação.

Roberto Almada criticou também que Albuquerque tenha baixado o IRC, que beneficia as grandes empresas, mas não tenha aplicado o diferencial fiscal de 30% em relação ao continente - permitido pela Lei das Finanças Regionais - no IRS e no IVA. Atualmente, apenas os quatro primeiros escalões do IRS beneficiam desse diferencial. Para o bloquista, o Governo Regional, os seus apoiantes "e os empresários do regime querem mão de obra escrava, que trabalha muito mais do que 8 horas por dia e ganha o salário mínimo". Defendendo que "os madeirenses não são escravos dos grandes empresários", Roberto Almada realçou que o Bloco propõe que o horário de trabalho semanal não exceda as 35 horas e que se avalie a implementação da semana de quatro dias de trabalho.

O subsídio de insularidade no valor de 5% do salário para todos os trabalhadores, inclusivamente do setor privado, e a reposição do tempo de serviço congelado de todos os funcionários da administração pública, à semelhança do que foi feito com a classe docente, foram outras das propostas enunciadas pelo candidato. Referindo-se a "toda a direita subserviente", Roberto Almada frisou que "não querem mudar o regime, querem ganhar com ele" e que votar em partidos como o Chega, CDS-PP, IL e PAN "é votar em Miguel Albuquerque".