JPP dedicou primeiro dia de campanha aos agricultores "maltratados" pelo PSD
A candidatura do Juntos Pelo Povo (JPP) às eleições regionais de 26 de maio dedicou o primeiro dia de campanha aos agricultores, considerando que têm sido "espoliados", "maltratados" e escravizados pelo Governo Regional (PSD/CDS).
"Hoje, no primeiro dia de campanha, queremos dedicar à agricultura e aos nossos agricultores, que nos últimos anos de gestão de Miguel Albuquerque (PSD) estão a ser maltratados por este governo PSD/CDS, com o apoio do PAN", disse o cabeça de lista Élvio Sousa.
O candidato manifestou que o partido acredita que vai conseguir um bom resultado nas eleições antecipadas, porque "as pessoas estão expectantes no projeto do JPP.
Élvio Sousa considerou que o JPP "tem sido o partido que mais tem defendido os produtores da banana, cana e uva" da Madeira.
"Hoje dedicamos [o dia] a estes senhores, os verdadeiros obreiros da Madeira, que mantêm a paisagem viva", mas estão sem os rendimentos devidos.
O também deputado no parlamento madeirense considerou que os agricultores madeirenses estão "fartos de ser espoliados por este governo [PSD/CDS]", exemplificando que os produtores recebiam 50 cêntimos por cada quilo de banana extra há 18 anos e hoje auferem apenas de 35 cêntimos.
Para o candidato, isto é "uma vergonha".
Segundo Élvio Sousa, estes agricultores "não têm acesso a vender o seu produto" e "muitas vezes são roubados no valor e no peso".
O deputado criticou ainda a nova gestão da GESBA (Empresa de Gestão do Setor da Banana) que, disse, é "uma sorvedoura de dinheiros dos agricultores".
"Pegou no dinheiro destes senhores, 3,4 ME para construir um museu quando esse dinheiro devia sair" do Governo Regional, afirmou.
Os agricultores "querem é liberdade não é escravatura", enfatizou.
A campanha eleitoral das eleições legislativas regionais antecipadas na Madeira começa hoje, envolvendo as 14 candidaturas que vão a votos em 26 de maio.
Em disputa nas eleições estão os 47 lugares do hemiciclo da Assembleia Legislativa Regional da Madeira e, segundo dados do Ministério da Administração Interna, até terça-feira estavam recenseados para votar 254.522 eleitores.
O sorteio da ordem no boletim de voto colocou o Alternativa Democrática Nacional (ADN) em primeiro lugar, seguindo-se Bloco de Esquerda (BE), Partido Socialista (PS), Livre (L), Iniciativa Liberal (IL), Reagir, Incluir, Reciclar (RIR), CDU -- Coligação Democrática Unitária (PCP/PEV), Chega (CH), CDS -- Partido Popular (CDS-PP), Partido da Terra (MPT), Partido Social-Democrata (PPD/PSD), Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Partido Trabalhista Português (PTP) e Juntos Pelo Povo (JPP).
Estas eleições ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
O PSD sempre governou no arquipélago e venceu com maioria absoluta 11 eleições entre 1976 e 2015.
Na última legislatura, a Assembleia Legislativa da Madeira tinha 20 representantes do PSD, três do CDS-PP (com quem os social-democratas foram a eleições coligados), 11 do PS, cinco do JPP e quatro do Chega. A CDU, o BE e o PAN ocupavam um lugar cada.