CDU diz ser preciso acabar com uso de bens públicos em campanhas eleitorais
O cabeça de lista da CDU (PCP/PEV) às regionais da Madeira, Edgar Silva, defendeu hoje ser necessário acabar com "a roubalheira" e "o assalto" que os partidos do Governo Regional fazem ao utilizar dinheiros públicos nas suas campanhas eleitorais.
"Nesta iniciativa da CDU, de abertura de campanha, demos particular destaque a uma questão que envergonha a Madeira e que atenta contra a democracia e que tem de ser erradicada: a questão de assalto aos bens do Estado, aquilo que é de todos nós para que os senhores do governo, os partidos do governo estejam a fazer campanha", disse o candidato comunista à agência Lusa.
Edgar Silva considerou que esta prática é "inaceitável", adiantando que a utilização de dinheiros, bens e recursos do Estado está a ser "banalizada" e "vulgarizada".
Segundo o candidato, os "governantes e candidatos" estão a "fazer o fundamental da sua campanha eleitoral" com recursos que são de todos.
"Esta roubalheira, este assalto ao que é bem público e meios públicos, esta roubalheira não pode continuar, este assalto aos bens públicos não pode continuar em beneficio de alguns, sublinhou.
Edgar Silva insistiu que esta "situação envergonha a democracia, envergonha a Madeira", apontando ser necessário dar mais força à CDU para lutar contra este tipo de ações.
O cabeça de lista da CDU iniciou o primeiro dia da campanha eleitoral nas zonas altas do Funchal, localidades que têm uma "força simbólica" por serem lugares "onde a luta pela justiça social tem particular urgência, tem especial significado".
A CDU levou a "ideia de compromisso com aqueles que têm fome e sede de justiça, com compromisso com as zonas em que a desigualdade nesta região é mais sentida, ela é mais escandalosamente visível", vincou.
A campanha eleitoral das eleições legislativas regionais antecipadas na Madeira começa hoje, envolvendo as 14 candidaturas que vão a votos em 26 de maio.
Em disputa nas eleições estão os 47 lugares do hemiciclo da Assembleia Legislativa Regional da Madeira e, segundo dados do Ministério da Administração Interna, até terça-feira estavam recenseados para votar 254.522 eleitores.
O sorteio da ordem no boletim de voto colocou o Alternativa Democrática Nacional (ADN) em primeiro lugar, seguindo-se Bloco de Esquerda (BE), Partido Socialista (PS), Livre (L), Iniciativa Liberal (IL), Reagir, Incluir, Reciclar (RIR), CDU -- Coligação Democrática Unitária (PCP/PEV), Chega (CH), CDS -- Partido Popular (CDS-PP), Partido da Terra (MPT), Partido Social-Democrata (PPD/PSD), Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Partido Trabalhista Português (PTP) e Juntos Pelo Povo (JPP).
Estas eleições ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
O PSD sempre governou no arquipélago e venceu com maioria absoluta 11 eleições entre 1976 e 2015.
Na última legislatura, a Assembleia Legislativa da Madeira tinha 20 representantes do PSD, três do CDS-PP (com quem os sociais-democratas foram a eleições coligados), 11 do PS, cinco do JPP e quatro do Chega. A CDU, o BE e o PAN ocupavam um lugar cada.