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Madeira

Ministro cabo-verdiano diz que a "cultura não é barata" mas permite transformar o Mundo

Foto Hélder Santos/Aspress
Foto Hélder Santos/Aspress

O ministro de Cabo Verde, Abraão Vicente, defendeu, esta tarde, no Funchal, uma aposta vigorosa no sector da cultura e nas indústrias criativas, por entender que têm "um poder transformador" do Mundo, que vai muito além das criações e da arte, e podem ter influência em áreas tão distintas como a política, a economia e o ambiente. Uma posição assumida no Mesclarte - Cimeira Atlântica da Cultura e Indústrias Criativas.

"[Os artistas] inspiram pela ousadia, pela crítica a tudo, mas pela arte e pelo belo, por não abdicarem pelo verdadeiro papel do artista em todas as sociedades, na Madeira ou em Cabo Verde. Mesmo não tendo armas nas mãos, continuam a passar mensagens tão poderosas que só quem não quer não vê", disse Abraão Vicente, que está de saída do cargo de ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, para se candidatar à principal câmara municipal do seu país no final deste ano. O governante referiu que "os artistas serão sempre chamados como a grande voz que amplifica as grandes causas da Humanidade" e desafiou-os a abordarem temas como as alterações climáticas ou a necessidade de se apoiar o desenvolvimento dos países mais pobres para evitar grandes crises migratórias.

O governante foi homenageado no Mesclarte e partilhou a distinção com o seu país: "É uma homenagem a Cabo Verde e aos esforços de um país com meio milhão de pessoas residentes e dois milhões de emigrantes, que continua a querer marcar uma agenda que nunca poderá ser de forma definitiva se os grandes países da nossa comunidade não tomarem consciência de que as melhores iniciativas só funcionam se houver investimento financeiro. A cultura não é barata. Formar um agente cultural é caríssimo, desde quem toca um violoncelo, um violino, ter um Jon Luz.".