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Madeira

Cimeira Atlântica das Indústrias Criativas ‘pisca o olho’ ao Brasil

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O Mesclarte-Cimeira Atlântica das Indústrias Criativas, que abrange Madeira e Cabo Verde, deve procurar atrair as participações brasileiras. A sugestão é de Inês Costa Neves, a primeira oradora do evento que decorre esta tarde na Assembleia Legislativa da Madeira.

“Findo este ciclo de 10 anos de Mesclarte, é essencial que seja reforçada a inclusão do Brasil nesta conversa que nos conecta uns aos outros de forma profunda e significativa, reconhecendo-se a sua contribuição fundamental para a rica rede cultural do nosso mundo atlântico e assim se fechando o triângulo atlântico dentro desta cimeira”, declarou a co-fundadora do “Projecto Infinito”.

Inês Costa Neves realçou a participação contínua de Cabo Verde na cimeira ao longo desta década, testemunho do seu compromisso e contribuição para o diálogo entre regiões, sublinhando que este evento “tem consistentemente fortalecido as relações bilaterais de cooperação entre a Madeira e Cabo Verde”. A oradora referiu que esta cimeira “tem o poder de transcender fronteiras geográficas e culturais, intersectando o tema com todo o eixo atlântico, trazendo para este diálogo comum Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique e Brasil”.

Numa cimeira dedicada à inovação e inspiração, a jovem destacou a importância da arte como um catalisador de criatividade e ferramenta transformadora do indivíduo, mas também o mérito das empresas que reconhecem o valor da arte na inovação dos seus produtos. “É inspirador testemunhar como tantas empresas regionais presentes neste evento têm abraçado a arte como uma fonte de inovação. Da moda à gastronomia, vemos exemplos brilhantes de como a colaboração com artistas e designers pode elevar e enriquecer a experiência do consumidor e diferenciar os produtos no mercado. Essas parcerias refrescam e agregam valor estético, mas também provocam reflexão, despertam emoções e constroem conexões profundas com os consumidores, permitindo que se mantenham vivas as tradições”, acrescentou.

Inês Costa Neves apontou ainda para a ligação intrínseca entre arte e consumo. “A própria arte reinventa-se constantemente em resposta às demandas e expectativas do público. Assim como as empresas procuram inovar para atender às necessidades do mercado, os artistas também se adaptam e evoluem de acordo com as tendências e as aspirações dos consumidores. É uma dança criativa e dinâmica, onde a arte e o consumo se influenciam mutuamente, moldando e sendo moldados pelas forças do mercado”, adiantou.

Pela sua capacidade em moldar as forças do mercado, a arte representa um impulsionador de inovação mas também “uma ferramenta poderosa para promover a sustentabilidade e a responsabilidade social nas empresas”. “É que, ao integrar práticas éticas e sustentáveis nas suas operações, as empresas podem criar produtos e experiências mais autênticas, contribuindo para um mundo mais justo, inclusivo e ambientalmente consciente”, concluiu a mesma oradora.

A Cimeira Atlântica da Cultura e Indústrias Criativas é organizada pela Associação da Cultura e Indústrias Criativas do Atlântico. Decorre na tarde deste sábado na Assembleia Legislativa da Madeira e é de entrada livre.