IL quer mais recursos e infra-estruturas para responder ao excesso de turismo
"Nós como bons liberais não queremos limitar a procura, ou seja, nós não queremos afastar nem impedir os turistas de virem à Madeira”, afirmou Gonçalo Maia Camelo, durante uma iniciativa política promovida, este sábado, no Complexo Balnear do Lido.
“O que nós achamos e entendemos é que a Madeira tem que ter uma capacidade de resposta adequada a esta nova realidade do turismo. E falo de infra-estruturas, falo de equipamentos, falo de pessoal e falo também, muito importante, de meios financeiros para termos essa capacidade de resposta”, explicou o candidato da Iniciativa Liberal (IL).
Concretamente, as propostas dos liberais nesta matéria passam, por exemplo, “criar e implementar um sistema de monitorização permanente das movimentações turísticas, da afluência de turistas aos principais pontos turísticos e as principais áreas turísticas da Madeira e perceber as falhas”.
“Se falha estacionamento, se falha instalações sanitárias, se falha pessoas para atender e guiar os turistas para os sítios mais corretos e mais seguros, portanto fazer um sistema de avaliação permanente que é para nós sabermos onde é que estão as necessidades e onde é que temos que investir”, clarifica Gonçalo Maia Camelo.
Para a IL importa também “perceber se temos recursos humanos adequados para responder a essas exigências”.
Uma coisa é ter funcionários, muitos funcionários, mas eles estarem enfiados em gabinetes na cidade do Funchal ou em direcções regionais. Os funcionários, no nosso ponto de vista, têm que estar nos pontos turísticos a responder às necessidades das pessoas e a controlar as pessoas, controlar no bom sentido. A outra questão (…) é a questão financeira. Onde é que nós vamos arranjar meios financeiros para fazer investimentos relevantes nos equipamentos, nas infra-estruturas, nos serviços, por aí adiante
Nesta linha propõe que as tarifas turísticas, que são cobradas de alguns pontos turísticos, sejam utilizadas para investimentos no sector.
“Ou seja, em vez de irem para cobrir despesas correntes das câmaras e da Região Autónoma e do Governo Regional, que sejam canalizadas para investimentos directos no sector turístico” e, por conseguinte, a criação de um “fundo de investimento turístico”.
“Este fundo de investimento turístico seria gerido quer pela Região, quer pelos privados, pelos principais interessados, os hoteleiros, por exemplo, a CIF, um modelo que já existe para a APM, para a Facção de Promoção da Madeira, e seria esta entidade, este organismo, que iria definir as prioridades de investimento, por serem as mais relevantes para o bem comum, e como é que se fariam esses investimentos”, explica o candidato às eleições de 26 de Maio.
A IL defende ainda que “seja criada uma lei de um Senado cultural, turístico e ambiental específico para a Região Autónoma da Madeira (…) para que empresas, grandes empresas, grandes milionários, por exemplo, queiram fazer contribuições para o desenvolvimento do nosso turismo”.
Por último, propõe “avaliar a possibilidade ou os benefícios da concessão da exploração de infra-estruturas turísticas, equipamentos turísticos, serviços turísticos a privados”, como é o caso do Complexo Balnear do Lido.
Por exemplo, aqui é a Piscina do Lido, a Piscina do Lido é gerida pela Câmara Municipal [do Funchal] através de uma empresa pública municipal (…). Temos que avaliar, por exemplo, para este equipamento ou para outros, se uma gestão por privados não seria melhor, quer do ponto de vista do serviço que é prestado, quer do ponto de vista da rentabilidade do equipamento”, ilustrou.
“A nossa regra em termos económicos é sempre essa, não queremos criar barreiras artificiais, nem barreiras administrativas, não vamos fechar o aeroporto para os turistas não virem, não é isso que nós queremos. Nem vamos impedir os turistas de irem ao Pico do Areeiro ou a Ponta de São Lourenço. O que nós temos é criar condições e capacidade de resposta para que venham com qualidade e com segurança”, rematou.