Telemóvel ao volante (do autocarro)

Infelizmente até os condutores de autocarro, eu os vejo ao telemóvel.

Esta semana começou (e muito bem) uma Campanha da Autoridade Nacional Rodoviária, da PSP e da GNR, alertando para o perigo de condução ao telemóvel.

O facto de se segurar algo nas mãos prejudica logo à partida a condução e põe em perigo a vida de outros utentes da via. Dividir a atenção conversando com alguém ao telemóvel ainda mais perigoso se torna, pois o nosso cérebro é limitado na capacidade de processar informação e durante uma conversa, este transforma palavras e pensamentos em imagens, que cegam ainda que por (consecutivas) milésimas de segundo, aquilo que os nossos olhos estão a ver.

Olhar para um smartphone para ver uma mensagem ou mesmo para o rádio do carro por segundos, faz com que não vejamos o que está acontecendo ao nosso redor durante esse tempo.

Se o fizer durante cerca de dois, corresponde a cerca de metade da velocidade no velocímetro: a 50 km/h são cerca de 25 metros e a 100 km/h são cerca de 50 metros de estrada, que não viu! Tudo pode acontecer neste espaço: um carro que pára, um peão ou animal que atravessa à frente, algo que caiu para a estrada, um veículo que aparece em contra-mão, etc...Sugestão: pare num desvio ou numa paragem de autocarro para ler ou enviar a tal mensagem “urgente”... Quanto a chamadas, há o sistema Bluetooth, existente no próprio rádio do carro ou, que se pode adaptar na tomada do isqueiro do veículo.

Mas se está a conduzir, mantenha preferencialmente a atenção na condução. Como me disse um instrutor amigo uma vez: “joga o telemóvel para o banco de trás”!

Isto de sensibilizar para não utilizar o telemóvel, por parte das autoridades, “é muito bonito” mas, é preciso actuar e atuar...

Entretanto, aguardo há mais de um ano o desenvolvimento de uma queixa que fiz na PSP, por um sr. condutor de autocarro ao telemóvel na Via Rápida VR1 (contra ordenação Muito Grave) agravada por ser um profissional do volante e o mesmo entrar e sair de uma Via Reservada, sempre a segurar e a falar ao telemóvel, saltando piscas, com passageiros a bordo, passando por cima de uma ponte com cerca de 100 metros de altura, que em caso de acidente o autocarro ainda ia bater “lá baixo”, etc, etc...

Duarte Sousa Melim