DNOTICIAS.PT
Mundo

ONU lembra Israel dever de respeitar Carta fundadora após intervenção polémica do embaixador

FOTO DR
FOTO DR

 O porta-voz adjunto da ONU lembrou hoje que os Estados-membros se comprometeram a respeitar a Carta da Organização após ser questionado sobre as ações do embaixador israelita perante a Assembleia-Geral, onde triturou um exemplar do texto fundador.

"Esta é uma organização que se baseia no respeito pela Carta das Nações Unidas, todos os Estados-membros comprometeram-se a respeitá-la e esperamos que cumpram essa obrigação", disse o porta-voz adjunto, Farhan Haq, em conferência de imprensa.

Neste sentido, explicou que as Nações Unidas não fazem comentários concretos sobre declarações feitas pelos diferentes representantes.

"A teatralidade faz parte das apresentações que os Estados-membros fazem", observou.

Haq tirou então o texto fundador das Nações Unidas do bolso e disse: "Está é a Carta. Há inúmeras (edições) de Cartas. Tenho uma aqui e esta está intacta. Os seus ideais estão intactos", declarou perante os jornalistas.

"A Carta é algo que permanece connosco e, como eu disse, é o documento fundador desta organização. Enquanto esta organização existir, a Carta existirá", acrescentou.

As declarações de Haq surgem na sequência da aprovação pela Assembleia-Geral das Nações Unidas de uma resolução que exorta à plena incorporação da Palestina como Estado-membro da organização e que, enquanto aguarda esse eventual passo, dá mais privilégios e direitos aos palestinianos, apesar das queixas frontais expressas pelo Governo de Israel.

Antes da votação, o embaixador israelita, Gilad Erdan, já havia protestado duramente contra a resolução, alegando que a sobrevivência da Carta das Nações Unidas está em jogo.

Neste sentido, criticou as iniciativas destinadas a reconhecer o Estado palestino e acusou os 143 Estados-membros que votaram a favor da resolução de darem um "presente" ao grupo islamita Hamas, "o Hitler do nosso tempo".

Para ilustrar o seu descontentamento, o diplomata israelita usou uma pequena trituradora de papel onde inseriu a Carta fundadora da organização, como metáfora do que os Estados-membros estão alegadamente a fazer: "Destruir a Carta da ONU".