Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira propõe debate sobre a reforma das políticas de saúde
O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira pede um debate sobre a reforma das políticas de saúde com “a envolvência dos profissionais de saúde”, de modo a operacionalizar “as mudanças necessárias no Sistema Regional de Saúde”. José Manuel Rodrigues entende que a discussão não pode estar “reduzida à questão das listas de espera”, constatando haver “uma clara partidarização desta matéria”.
O apelo foi feito perante uma plateia de médicos, na abertura das 34.as Jornadas de Medicina Familiar da Madeira e Continente, que decorrem no Funchal.
O Presidente do parlamento madeirense reafirmou ser “essencial uma maior articulação dos serviços de saúde com os serviços de segurança social”. Defendeu uma avaliação dos meios e dos recursos humanos e das “formas de articulação entre os cuidados primários de saúde e os cuidados hospitalares, para que as urgências deixem de ser, como demasiadas vezes acontece, a porta de entrada no Sistema, com todas as consequências que isso acarreta”.
José Manuel Rodrigues insistiu nas ideias de concretizar “o Enfermeiro de Família” e de um “projeto de Hospital Domiciliário”, que se estenda todos os concelhos;
Aos profissionais de saúde, José Manuel Rodrigues sugeriu uma discussão sobre o financiamento do “Sistema Regional de Saúde, cuja despesa é inevitável que cresça, face aos avanços da medicina, aos novos tratamentos, às exigências dos pacientes e ao envelhecimento da sociedade”, reforçando a opinião de que a República devia financiar o sistema de saúde das ilhas, “à semelhança do que faz relativamente aos portugueses do continente”.
“Perdeu-se, infelizmente, o hábito de se apresentar uma solução sempre que se denuncia um problema e de se apresentar uma terapia, de preferência correta, quando se faz um diagnóstico”, rematou José Manuel Rodrigues, salientando, ainda, a importância de mais deputados médicos no Parlamento madeirense, assim como “as profissões mais relevantes da nossa sociedade”, de modo a que se produza legislação abrangente e capaz de apresentar soluções para os problemas com que se deparam os madeirenses e os porto-santenses.
O Secretário Regional de Saúde destacou a evolução Serviço Regional de Saúde. “Passados 48 anos, tornámos a nossa Região uma Região Saudável, segura, sustentável, inovadora e acima de tudo solidária”, destacou Pedro Ramos, apontando como exemplo a resposta rápida no acolhimento dos 58 doentes que vieram dos Açores, depois do incêndio que paralisou o Hospital do Espírito Santo, no passado dia 4 de maio.
A Madeira tem 190 médicos de família, com uma taxa de cobertura de 95%. “O Objetivo é atingir os 100% ainda este ano”, assegurou o governante com a pasta da Saúde.
De acordo com os dados revelados nestas jornadas, em 2023 foram realizados mais de 1,5 milhões de atos de saúde nos centros da saúde da Região, e o objetivo é “acrescentar mais valor à saúde, com acessibilidade total, qualidade e segurança”, assegurou Pedro Ramos, que pretende envolver, ainda mais, “os profissionais na tomada de decisão”.
Na Madeira e no Porto Santos trabalham 6.100 profissionais na área da saúde: 1.200 médicos, 2.042 enfermeiros, 1.800 assistentes operacionais, 1.500 assistentes técnicos, 33 assistentes sociais, 74 psicólogos, e cerca 200 dentistas.