“É fundamental que o sistema público de saúde seja tão bom ou melhor que o sistema privado”
Presidente do Governo Regional na sessão de encerramento das Comemorações do Dia Internacional do Enfermeiro
“É fundamental que o sistema público de saúde preste cuidados de saúde tão bons ou melhores do que o sistema privado”, reforçou hoje o presidente do Governo Regional em gestão. Caso contrário, “vamos ter um sistema privado de saúde para os ricos e para aqueles que têm posses e um sistema residual público para aqueles que são pobres e não têm possibilidades de recorrer ao sistema privado de saúde”, alertou na sessão de encerramento das Comemorações do Dia Internacional do Enfermeiro.
O desafio da sustentabilidade financeira do sistema público de saúde foi o foco da intervenção do governante na cerimónia realizada na sala de conferências do Hospital Dr. Nélio Mendonça.
Depois de dar nota que 3,5 milhões de portugueses já têm seguros de saúde, Albuquerque fez saber que são necessários continuar os investimentos na saúde, que cada vez vai custar mais dinheiro, mas é crucial esta aposta para manter o sistema público competitivo perante a concorrência do sistema privado.
Condição fundamental é “conseguirmos ter capacidade financeira para criar boas condições para os nossos profissionais de saúde – enfermeiros, médicos, assistentes operacionais – no sentido de termos os melhores no sistema público”. Só assim será possível assegurar “um sistema público de saúde eficaz, que dê resposta às necessidades da população”. Adverte que tal só será possível racionalizando o sistema de modo a assegurar o máximo de rigor nas despesas e procurar evitar gastos desnecessários.
Albuquerque lembrou que só em medicamentos, o gasto anual no SESARAM e no IASaúde “vai ultrapassar os 103 milhões de euros”. Investimento necessário ao contrário das 18 toneladas de medicamentos comparticipados que foram para o lixo e por isso “desperdiçados” em 2023.
No entender do governante a poupança pode e deve ser feita também ao nível dos exames e num cumprimento dos valores cabimentados. “Não podemos repetir exames, nem podemos ter desfasamentos ao orçamentado”, afirmou.
Intervenção em defesa do sistema público de saúde, “senão vamos ter um sistema dual que não é admissível - pelo menos para mim - num estado civilizado onde os cidadãos têm igualdade de direitos no acesso à Educação e à Saúde. Ricos com um bom sistema de saúde e os pobres com um sistema residual e subsidiado”, apontou.
Confiante que em matéria de política de saúde a Região está “no bom caminho”, Albuquerque fez ainda referência à obra de construção do novo Hospital Central e Universitário da Madeira, para voltar a destacar a importância dos profissionais da saúde se prepararem para a nova realidade, a começar por terem a noção da escala do futuro hospital, que só em área “é três vezes mais o hospital Dr. Nélio Mendonça e o hospital dos Marmeleiros juntos”.