Funchal e Diocese homenageiam São Tiago Menor
O Município e a Diocese do Funchal homenagearam, hoje, São Tiago Menor, padroeiro do Funchal. A celebração incluiu a tradicional procissão do voto ao santo, realizado há 503 anos, para livrar os habitantes da cidade da peste que a atingia.
O historiador Nelson Veríssimo, numa conferência em Maio de 2021, explicou: “A Câmara do Funchal, perante um cenário terrível de mortes – num semestre foram quase 1600 mortes – decidiu recorrer a um padroeiro escolhendo na própria Câmara, entre um grupo de entidades como os apóstolos, Maria, São João Baptista e Jesus Cristo’. Uma criança foi a ‘responsável por tirar um dos bilhetes escritos’, que viria a determinar que seria São Tiago Menor esse padroeiro’”, como reproduzido pelo Jornal da Madeira.
“A partir dessa data, recorda o historiador, ‘a Câmara fica com a incumbência de construir uma igreja a São Tiago’, sendo que ‘este voto foi depois renovado várias vezes’”.
“Em 1523, esse voto ‘é renovado na Sé do Funchal comprometendo-se o Funchal a fazer a procissão no dia primeiro de Maio e é novamente renovado em 1538 quando, ainda grassando a peste os vereadores do Funchal entregam as suas varas, que representam o poder, no altar de São Tiago para que ele cuide da cidade’”.
Foi o que voltou a acontecer hoje.
As celebrações começaram pelas 10 horas, na Sé do Funchal, com a oração de laudes.
Pelas 10h30, teve início a procissão de São Tiago Menor, que partiu da Sé e percorreu as ruas da cidade até à igreja do santo, Socorro.
A eucaristia da solenidade de São Tiago Menor começou pelas 11h30 e foi presidida pelo bispo Nuno Brás.
Em todos os actos participaram personalidades do Município, ‘herdeiros’ das obrigações do voto e outras personalidades da vida política, civil e militar: Representante da República; presidente da Assembleia Legislativa; Universidade; comandantes militares e das polícias; membros das juntas de freguesia; cônsules acreditados no Funchal e representantes das Ordens profissionais. Centenas de católicos anónimos juntaram-se às festividades.
Na homilia, D. Nuno Brás lembrou de São Tiago Menor foi o primeiro bispo de Jerusalém e é um exemplo de que um homem sábio, busca, descobre e mostra Deus.
A cidade, continuou o prelado, existe para fazer o ser humano feliz, na entreajuda. Mas Deus é a meta que cada um traz dentro de si. “A cidade existe para ajudar todos no conhecimento de Deus”.