UE celebra hoje 20 anos do último grande alargamento a preparar o próximo
A União Europeia (UE) assinala hoje o vigésimo aniversário do último grande alargamento do bloco comunitário, em 2004, ano em que aderiram dez Estados-membros, e simultaneamente prepara-se para abrir as portas a novos candidatos.
A 01 de maio de 2004, entraram dez novos Estados-membros no bloco: Chipre, Malta, Hungria, Polónia, Eslováquia, Letónia, Estónia, Lituânia, República Checa e Eslovénia.
Na véspera da efeméride, a comissária europeia da República Checa, Vera Jourová, reconheceu que o dia da adesão oficial foi o terceiro dia mais feliz da sua vida, depois do nascimento dos seus dois filhos e de ter tirado a carta de condução.
"O primeiro dia na União trouxe um sentimento muito importante (...) e estávamos absolutamente convencidos de que ao fazer parte deste clube da UE, a República Checa se tornava mais forte, mais segura e mais rica", disse Jourová numa conferência de imprensa em Bruxelas na terça-feira, após uma reunião dos responsáveis europeus pelos Assuntos Gerais e em que participaram, num debate dedicado ao Estado de direito, sete dos aspirantes à entrada na UE num futuro alargamento.
Os 20 anos assinalam-se hoje, mas as celebrações foram antecipadas por causa do feriado do Dia do Trabalhador, nomeadamente com o hastear, na terça-feira, das bandeiras dos então novos Estados-membros.
Os festejos fazem-se sob os preparativos para a próxima abertura a novos países, estando candidatos e Estados-membros a trabalhar nesse sentido, os primeiros esforçando-se para cumprir todos os requisitos e os segundos estudando as necessárias alterações às regras de funcionamento.
Na segunda-feira, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, defendeu que o alargamento da UE é "pedra angular" da "estratégia de soberania" do bloco comunitário, alertando os países candidatos e instituições europeias para o "muito trabalho a fazer".
"Temos de estar prontos --- de ambos os lados --- até 2030 para o alargamento. Para os países candidatos, isto significa realizar as reformas necessárias e resolver todos os litígios bilaterais. Do lado da UE, significa reformar os nossos programas e orçamentos, e a nossa tomada de decisões", frisou Charles Michel, num comunicado divulgado por ocasião do vigésimo aniversário do último grande alargamento do bloco comunitário.
Na mesma nota, o dirigente lembrou que este foi "um acontecimento transformador" para o continente europeu.
Após o alargamento de 2004, aderiram também a Bulgária e a Roménia, em 2007, e a Croácia, em 2013, tendo o Reino Unido abandonado, em 2020, a UE, que atualmente conta com 27 Estados-membros.
O vigésimo aniversário assinala-se com olhos postos no próximo alargamento -- ambição acelerada pela invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022 -- e com novamente dez países à espera.
A Albânia, Bósnia-Herzegovina, Macedónia do Norte, Montenegro, Sérvia, Turquia, Ucrânia, Moldova e Geórgia são oficialmente países candidatos à adesão, juntando-se com o Kosovo, que apresentou o pedido em 2022, mas cuja independência não é reconhecida por cinco Estados-membros da UE (Espanha, Roménia, Grécia, Eslováquia e Chipre).
Portugal pertence à UE desde 12 de junho de 1985.