"Saúde dos madeirenses não pode depender de cunhas"
O líder parlamentar do PS-Madeira, Victor Freitas, lançou hoje severas críticas aos sucessivos governos regionais por não serem capazes de resolver os problemas no sector da Saúde, censurando assim a "promiscuidade" entre o executivo e o PSD que "beneficia os militantes".
É mais do que tempo de a Saúde na Região ser gerida com rigor e transparência e de os madeirenses terem acesso atempado e com equidade aos cuidados que precisam Victor Freitas, líder parlamentar do PS-Madeira
Victor Freitas condena veementemente a postura do secretário regional da Saúde por ter usado o cargo que ocupa para angariar votos para Miguel Albuquerque nas eleições internas do PSD-Madeira. "É imoral e inaceitável que tenhamos um governante que usa e abusa do poder que tem para meter cunhas e resolver os problemas de saúde de militantes do PSD, ultrapassando os comuns utentes que continuam à espera enquanto a sua condição clínica se agrava a cada dia", dispara.
O dirigente socialista faz um paralelismo entre esta situação e aquela que envolve os nomes do Presidente da República e do ex-secretário de Estado da Saúde relativamente a um episódio de alegado favorecimento na área da Saúde, questionando porque razão no chamado ‘caso das gémeas’ há uma investigação e, “neste caso flagrante” – inclusive com escutas telefónicas do secretário regional da Saúde – não é seguido o mesmo procedimento.
Se esta situação acontecesse num qualquer outro ponto do País, o senhor secretário já teria sido demitido”, aponta Victor Freitas, insistindo que urge apurar o sucedido e que este caso tem de ter consequências. “Não podemos continuar a ter esta mistura entre assuntos governativos e partidários, em claro prejuízo dos interesses dos madeirenses e porto-santenses. É tempo de virar a página na Região e encetar um ciclo de governação liderado pelo PS, com o foco na transparência, na justiça social e na igualdade de oportunidades para todos. Victor Freitas, líder parlamentar do PS-Madeira
O socialista não deixa também de lamentar o facto de, além de não terem sido capazes de resolver os problemas da Saúde, os governos do PSD terem deixado que os mesmos se tenham agravado. "Quando Miguel Albuquerque chegou à presidência do Governo Regional, assumiu que a Saúde seria a sua grande prioridade, prometendo acabar com as listas de espera, mas o que se verificou foi exactamente o contrário. As listas de espera praticamente duplicaram, atingindo os 118 mil atos médicos, havendo milhares de madeirenses a aguardar meses ou anos por consultas, exames ou cirurgias", afirma Victor Freitas, considerando que esta é uma "situação inconcebível".
O dirigente socialista denuncia a propaganda do Governo Regional, que, em vésperas das Eleições Regionais do ano passado, procedeu a um "apagão deliberado" de várias especialidades médicas, para fazer crer que as listas de espera tinham decrescido, e volta a perguntar pelos Tempos Máximos de Resposta Garantidos, cuja implementação foi repetidamente adiada, em prejuízo dos muitos madeirenses cujo prazo clinicamente aceitável para a resolução dos seus problemas clínicos já foi largamente ultrapassado.
Victor Freitas refere-se também ao facto de Miguel Albuquerque ter apontado esta semana a sustentabilidade financeira como o principal desafio do Sistema Regional de Saúde, mas repara que, apesar de todos os investimentos propalados, as pessoas continuam com dificuldades no acesso aos cuidados. "Como se explica que tenhamos um Governo que apregoa que nunca se investiu tanto na Saúde, mas as pessoas continuam a não ver os seus problemas resolvidos e continuam a faltar medicamentos e médicos de família?", questiona.