DNOTICIAS.PT
A Guerra Mundo

Agência de Energia Atómica alerta para "situação extremamente grave" em Zaporijia

None

Uma explosão após um suposto ataque com um 'drone' na central nuclear ucraniana de Zaporijia não prejudicou a sua segurança, mas sublinhou a "situação extremamente grave" na unidade, alertou hoje a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).

A agência das Nações Unidas, citada pela agência Associated Press, indicou que foi hoje informada de uma explosão na maior central nuclear europeia, situada no sul da Ucrânia e ocupada pela Rússia no início da invasão do país, em fevereiro de 2022, e que terá sido causa por um ataque com um 'drone' (aparelho aéreo não tripulado), mas não deu mais detalhes.

Na segunda-feira, Moscovo alegou que a Ucrânia estava por trás de ataques com 'drones' às instalações da central nuclear ocorridos no dia anterior, e Kiev acusou a Rússia de usar táticas de desinformação.

A AIEA informou no domingo que os seus inspetores confirmaram "o impacto físico das detonações de 'drones'" e observaram como "as tropas russas enfrentaram o que parecia ser um 'drone' que se aproximava".

Os ataques mais recentes não comprometeram a instalação, que foi projetada para resistir à colisão de um avião comercial, disse a AIEA.

Mas o órgão de vigilância da ONU tem expressado repetidamente que o conflito pode gerar um desastre nuclear, recordando a explosão de um reator em Chernobyl em 1986 no norte da Ucrânia, que projetou radiações mortíferas por uma vasta área.

Os seis reatores de Zaporijia estão desligados há meses, mas a central ainda precisa de energia e de pessoal qualificado para operar sistemas de refrigeração cruciais e outros recursos de segurança.

Oleksandr Kharchenko, diretor do Centro de Pesquisa da Indústria Energética, com sede em Kiev, disse que não fazia sentido que as forças ucranianas atacassem a central de Zaporijia porque a Ucrânia necessitará da energia que produz, numa fase em que a Rússia voltou a visar a rede elétrica do país.

"O ponto principal para o lado ucraniano neste momento, especialmente na situação em que nos encontramos, é salvar a central nuclear de Zaporijia, porque, para os nossos sistemas energéticos, esta unidade é uma mudança crítica no jogo", disse Kharchenko.

A guerra na Ucrânia prolonga-se há mais de dois anos, sem avanços significativos de ambas as partes, embora a Rússia tenha assumido a iniciativa nos últimos meses e feito progressões no leste do país, face às forças ucranianas que enfrentam falta de homens e de munições.