Rússia investiga terrorismo com envolvimento da Ucrânia e do Ocidente
A Rússia anunciou hoje a abertura de uma investigação sobre financiamento do terrorismo feito em nome da Ucrânia, citando em particular uma empresa ucraniana em que trabalhou o filho do Presidente dos Estados Unidos.
"A investigação (...) está a examinar as fontes e os movimentos de fundos no valor de vários milhões de dólares norte-americanos", disse o Comité de Investigação russo num comunicado citado pela agência francesa AFP.
O comité está a verificar "o envolvimento de colaboradores das autoridades e de organizações públicas e comerciais nos países ocidentais".
O organismo russo citou no comunicado o nome da empresa de gás Burisma, que teve Hunter Biden no conselho de administração.
Os investigadores afirmam, sem apresentar os elementos do caso, que a Burisma atuou como intermediária de fundos utilizados "nos últimos anos para levar a cabo atos terroristas na Rússia e no estrangeiro para eliminar figuras importantes".
Desde que invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, a Rússia tem lançado suspeitas sobre a Ucrânia em relação a assassinatos seletivos, mas sem apresentar factos concretos.
A Rússia acredita também que a Ucrânia esteve envolvida, juntamente com 'jihadistas', no ataque de 22 de março à sala de concertos Crocus City Hall, nos arredores de Moscovo, que matou 144 pessoas.
A Ucrânia e o Ocidente rejeitaram a versão russa, que até agora não foi corroborada por qualquer prova.
O grupo 'jihadista' Estado Islâmico reivindicou a autoria do atentado.
Segundo o Comité de Investigações, o processo foi iniciado na sequência de um pedido de deputados russos sobre o "financiamento de atividades terroristas por altos funcionários dos Estados Unidos e dos países da NATO".
A colaboração de Hunter Biden com a empresa Burisma é um dos temas preferidos dos opositores republicanos da Casa Branca (presidência norte-americana), que acusam a família Biden de negócios duvidosos.
O filho do Presidente sempre negou ter feito qualquer coisa ilegal ou mesmo imoral, tal como o pai, e a investigação, até agora, não deu em nada.
Em fevereiro, um antigo informador do FBI foi detido por ter fabricado falsas acusações de corrupção contra Joe Biden e o filho.
Alexander Smirnov, 43 anos, um antigo informador da polícia federal americano-israelita, é suspeito de ter mentido ao seu delegado em 2020, ao transmitir informações falsas sobre a família Biden fornecidas pelos serviços secretos russos.
Em particular, acusou falsamente Joe e Hunter Biden de terem recebido, cada um, cinco milhões de dólares (4,6 milhões de euros, ao câmbio atual) em subornos para permitir que a Burisma escapasse a um processo judicial.
O democrata Joe Biden, 81 anos, deverá disputar as presidenciais de novembro com o ex-presidente republicano Donald Trump, 77 anos, que derrotou nas eleições de 2020.