Aguiar-Branco confia que Passos saberá "avaliar bem o que é importante para o país"
O presidente da Assembleia da República escusou-se hoje a comentar as afirmações do ex-líder do PSD Pedro Passos Coelho, mas disse confiar que saberá "avaliar bem o que é importante para o país".
José Pedro Aguiar-Branco votou hoje na eleição para a direção da bancada do PSD e, no final, foi questionado pelas jornalistas sobre os apelos de Passos Coelho a entendimentos, que foram entendidos como sendo dirigidos ao PSD e Chega.
Aguiar-Branco começou por dizer não querer entrar "no debate partidário" para manter "a equidistância e lealdade" em relação a todos os deputados.
"Só posso dizer que fui membro do Governo liderado por Pedro Passos Coelho, tenho a maior das considerações pelo seu mandato como primeiro-ministro e acho que prestou serviços inestimáveis ao país num momento particularmente difícil", disse.
E acrescentou: "Conheço-o há muitos anos e confio que ele saberá sempre, e em cada momento avaliar bem o que é importante para o país", disse.
O antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho apelou na terça-feira a entendimentos para responder aos que expressaram desilusão nas últimas eleições, avisando que não se pode dizer aos eleitores que se tem "muito respeito pelas suas preocupações", mas não pela escolha que fizeram nas urnas.
"Isso é um bocadinho um insulto às pessoas, não podemos dizer 'estou muito preocupado com os seus anseios, mas se fizer esta escolha, daqui não leva nada, se fizer aquela escolha, comigo não fala'", afirmou, na apresentação do livro "Identidade e Família", em que marcaram presença os líderes do Chega, André Ventura, e do CDS-PP, Nuno Melo, também ministro da Defesa Nacional.
Sem explicitar os destinatários, mas numa aparente referência a PSD e Chega, o antigo primeiro-ministro disse que "quando há identidades firmadas" não há que ter medo de os espaços políticos "se diluírem ou confundirem entre si".