Dissidentes vêm a público defender 'Projecto por um PAN democrático'
Nesta semana, dois ex-porta-voz do PAN-Madeira abandonaram o partido em divergência com a vida interna do partido e com as acções da líder nacional Inês Sousa Real e da deputada Mónica Freitas na Madeira.
Fernando Rodrigues, militante n.º 163 e Joaquim Sousa, militante n.º 2274, do PAN, solicitaram a sua desfiliação do partido, com o segundo a fazê-lo seis meses após o primeiro pedido de desfiliação, a 29 de Setembro (que não foi aceite) na sequência da suspensão de funções, anunciada por Mónica Freitas e 'sancionada' por Inês Real, mas de forma irregular como o Tribunal Constitucional veio recentemente determinar.
Ora, estes dissidentes, que dizem ter o apoio de militantes do PAN, lançam aquilo a que chamam de 'Projecto por um PAN democrático', que começa por elencar o historial de turbulência no partido.
Esta decisão de desfiliação dos dois referidos nomes prende-se com a sucessão de "actos irregulares" perpetrados por quem dirige o PAN, acompanhados de diversas "acções persecutórias" contra militantes não alinhados com a líder e que "já levou à desfiliação de mais de uma dezena de conselheiros nacionais, de autarcas, de um ex-porta-voz histórico e de outras dezenas de militantes nos últimos meses, o que leva a que o partido tenha hoje sensivelmente 500 militantes a nível nacional".
Criticam a reacção de Inês Real e Mónica Freitas face à decisão do Tribunal Constitucional de considerar ilegal a suspensão de Joaquim Sousa, por isso, "deixa de fazer sentido a sua participação num partido que não respeita os seus estatutos nem cumpre as decisões dos tribunais".
Lembram a polémica da substituição do cabeça-de-lista do PAN para as eleições regionais da Madeira de 2023, ocorrida na sequência de reuniões convocadas e dirigidas "irregularmente", à suspensão "ilegal" que foi imposta ao filiado e porta-voz regional do partido, entre outros episódios.
Por isso, concluem, o PAN é hoje um partido que não funciona democraticamente.
O 'Projecto Por um PAN democrático' lamenta assim que "quadros valiosos como o André a Elsa, o Paulo. o Fernando, o Albano, a Margarida, a Paula, a Bebiana, o Vítor, a Maria João, a Fabiana, o Joaquim, o Décio, a Filipa, a Ana, o Artur, a Cristina, o Ruben, o Ricardo, a Sandra, o Pedro, a Sónia, o Rodrigo, a Nelson e tantos outros por acção das purgas stalinistas da líder nacional tenham abandonado o partido que surgiu para ser diferente".
"Perdemos as pessoas que acreditam nas causas ficam os oportunista", concluem.