Representante diz ser urgente conferir estatuto profissionalizante às Forças Armadas
Ireneu Barreto discursou nas cerimónias do 106.º Aniversário da Batalha de La-Lys, que decorrem em São Vicente
O Representante da República para a Região Autónoma da Madeira fez questão de frisar, há pouco, que “as Forças Armadas foram, são e sempre serão um garante da soberania nacional”, sendo que o esforço que lhes é exigido deve ser correspondido pelos meios que são colocados à sua disposição. Nesse sentido, defende ser necessário que lhes seja concedido um estatuto profissionalizante.
As declarações de Ireneu Barreto surgiram na cerimónia de comemoração do Dia do Combatente e 106.º Aniversário da Batalha de La-Lys, que decorrem em São Vicente.
Nada deve ser descurado: condições nos quartéis, qualidade de fardamento, de armamento e de equipamento. É o mínimo que devemos aos que abraçam a carreira militar. Ireneu Barreto
Por outro lado, assumiu que não só de bens materiais se fazem as Forças Armadas, sendo necessário que os militares sejam valorizados e motivados. É nesse sentido que defende a necessidade de conferir às Forças Armadas um estatuto profissionalizante para “que a carreira das armas volte a ser atractiva para os nossos jovens que nelas possam ver um futuro digno para a sua vida profissional”.
“Entrou recentemente no debate do espaço público o eventual regresso do serviço militar obrigatório. Em democracia, todos os debates tendem a ser saudáveis. Não deixemos, todavia, que discussões para soluções do futuro levem a minimizar preocupações do presente”, afirmou o Representante da República, acrescentando que “talvez o serviço militar obrigatório permitisse debelar o problema do recrutamento, mas este tem sempre de ser visto em conjunto com o desafio da retenção dos meios humanos e com a necessidade de uma adequada formação para utilização de armas cada vez mais sofisticadas”.
Ireneu Barreto pretende ainda que sejam tiradas ilações da forma como têm vindo a ser tratados os antigos combatentes. “Os perigos por que passaram esses homens e as marcas físicas e psicológicas com que muitos voltaram não mais os abandonarão”, lembrou, apesar de reconhecer que têm existido avanços no que concerne ao Estatuto do Antigo Combatente, também adaptado à Região.