Quem tem voz que grite
Importa pôr cobro, de uma vez por todas, aos inaceitáveis caprichos da IGF
Boa noite!
Neste Abril, destinado a recordar a revolução cinquentenária, importa bater o pé a todas as entidades da República, ou da Região, que subvertem as regras em vigor e sem vergonha penalizam os madeirenses.
É o caso da Inspecção Geral das Finanças que ciclicamente ordena aos CTT para que cesse os pagamentos reclamados pelos cidadãos, os mesmos que, perante tanta burocracia e complicação, se tornaram verdadeiros especialistas no subsídio social de mobilidade.
Hoje, a brincadeira voltou a acontecer de forma ilegal e inaceitável, o que levou Eduardo Jesus a ter que intervir sem demoras, chamando o regulador à pedra e alertando os prevaricadores para os prejuízos que causam.
Espera-se que o secretário do Turismo - dos poucos no executivo que continua a trabalhar indiferente ao imposto modo de gestão -, insista com quem de direito na normalização de procedimentos pois, à mínima distracção, ou não há dinheiro na caixa, ou os papéis não estão conformes as exigências ou o sistema informático está em baixo. É no que dá não haver tempo e coragem para rever o modelo de subsídio cujo diploma dorme na Assembleia República há muitos meses.
Enquanto uns se distraem com exonerações e outros folhetins domésticos, ajustes de contas e amuos, é louvável que haja pelo menos um governante que se importe com os problemas dos cidadãos, daqueles que para além de sofrerem na pele os efeitos da descontinuidade territorial, ainda têm que adiantar dinheiro ao Estado sempre que viajam de avião para o continente, fazer fila para receber o que têm direito e depois de longa espera sair de mãos a abanar.
Quem vai a eleições que pense a sério neste e nos outros nove empecilhos que minam a relação entre a Região e a República. E que faça o trabalho de casa com rigor até porque vamos querer saber em breve que propostas concretas cada partido tem para que os madeirenses, à cabeça, só paguem a sua parte do custo da viagem.
Lemos, ouvimos e vemos que quem cala consente. E se é certo que é crescente a sensação de isolamento, quem tem voz deve gritar. Agora, mais do que nunca.
* Pode ouvir este 'Boa Noite' na versão podcast.