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Social-democratas começaram a pagar hoje as facturas das últimas eleições internas. Mas onde anda outra vez Manuel António Correia?
Boa noite!
Há cinco protagonistas políticos no dia em que os social-democratas começaram a pagar as facturas das últimas eleições internas, em que Paulo Cafôfo se mostrou hesitante em que Lídia Albornoz deixou de ser candidata a líder do CDS.
Miguel Albuquerque.
Cumpriu o prometido e retira de cena quem, ocupando cargos confiança política, não foi consequente com a legítima escolha que fez nas últimas internas do PSD. Só que abrir hostilidades em período pré-eleitoral pode ser um tremendo tiro nos pés... de barro. Mas é bem mais recomendável do que manter as aparências, a paz podre e a união à força, mesmo que a hipocrisia possa render votos.
Como deu 'carta branca' para que os secretários regionais fizessem o que entendessem, Rafaela Fernandes não se fez rogada. Será a única?
António Trindade.
Até segunda-feira adjunto da secretária regional de Agricultura e Ambiente, e um dos apoiantes de Manuel António Correia às eleições internas contra Miguel Albuquerque, foi hoje exonerado do cargo que ocupava. Entende estar perante um “saneamento político, por pensar diferente e ter uma opinião diferente”. Mas a ser verdade que houve deslealdades num processo que dá uma novela, o ex-membro do gabinete de Rafaela Fernandes, por esta convidado e nomeado, vai ter de explicar como subverteu as regras do jogo depois deste ter começado.
Manuel António Correia.
Não sabemos se o candidato derrotado nas internas do PSD já teceu considerações públicas sobre as exonerações em curso e que atingem alguns dos seus apoiantes, ou se vai ser preciso esperar 10 anos para que se pronuncie. É certo que na noite eleitoral pediu para não haver perseguição às pessoas ”que tiveram outra opinião, mas esperava-se mais e exigia-se resposta pronta de quem reforçou que estaria particularmente atento e que não permitiria que “alguém fosse punido” por ter apoiado a sua candidatura.
Paulo Cafôfo.
O PS-M reuniu ao fim do dia a comissão política destinada a dar o "pontapé de saída para as eleições" regionais. Mas também para dar pontapé na gramática – como pode constatar no ‘Boa Noite’ de hoje em versão podcast -, logo numa altura em que o partido precisa de dar um pontapé fulminante em tudo aquilo que desvia atenções e causa ruído, se é que quer afirmar-se como alternativa e não ser ultrapassado pela direita. Por isso não pode perder-se em derivações que nada dizem, em frases sem nexo e em decisões redundantes. Ouvir Paulo Cafofo dizer que hoje foi mandatado para elaborar a lista do PS-M, por si encabeçada, como anunciado há várias semana, é no mínimo hilariante. Que só agora é que serão estabelecidos os critérios para a elaboração da candidatura socialista é deveras preocupante. Que a estratégia para as próximas Eleições esteja ainda a ser desenhada é um ‘case’.
Lídia Albornoz.
A assumida candidata à liderança do CDS na Madeira deixou de o ser, por não conseguir sanar irregularidades na moção de estratégia ‘Decidir o presente, preparar o futuro’. Isto porque 17 subscritores não têm número de militante, entre os quais candidatos a eleições autárquicas que nunca pertenceram ao partido; porque há 4 assinaturas de militantes que subscreveram as duas moções; e porque há 2 desfiliados entre os 158 nomes propostos. Parece brincadeira dos tempos de escola. Se nem aquilo que é básico numa organização política que se quer credível é passível de ser cumprido, o melhor mesmo é aprender com os erros e tentar nova oportunidade já com a lição estudada.
Com caminho livre fica a moção ‘Em nome do futuro’, que tem como principal subscritor José Manuel Rodrigues. Assim sendo, a 13 e 14 de Abril o congresso centrista será um alegre passeio para aquele que tem garantido ao CDS os melhores resultados.