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Quatro barcos com ajuda alimentar para Gaza de volta ao Chipre

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Foto Lusa

Quatro barcos com alimentos para aliviar a fome em Gaza regressaram hoje ao Chipre, após terem de suspender a sua missão no seguimento do ataque israelita que, na segunda-feira, matou sete trabalhadores humanitários da World Central Kitchen (WCK).

O navio Open Arms, da organização não-governamental espanhola com o mesmo nome, já atracou no porto de Larnaca, confirmaram à agência Efe fontes da organização, enquanto os outros três já se encontram em águas territoriais do Chipre, segundo a agência CNA.

"Termina a missão 110, de uma forma que não podíamos imaginar, a mais dolorosa", escreveu a Open Arms numa mensagem na rede social X.

Na mesma nota, a ONG espanhola recorda os sete trabalhadores humanitários e garante que continuará a "levantar a voz por eles, pelas mais de 32.500 pessoas assassinadas em Gaza, pelas centenas de trabalhadores humanitários, pelos hospitais destruídos e por todos os 'casos isolados' que não são acidente, mas sim parte de uma estrutura de morte e destruição".

A frota partiu no sábado para Gaza com quase 400 toneladas de alimentos, na segunda operação de um corredor marítimo de ajuda a Gaza com o qual colaboram a WCK, fundada pelo chef espanhol José Andrés, e a Open Arms.

O dispositivo já tinha conseguido desembarcar 100 toneladas de ajuda quando, na segunda-feira, mísseis lançados pelas forças armadas israelitas atingiram um grupo de veículos onde viajavam colaboradores da WCK, matando sete deles.

O primeiro-ministro de Isreal, Benjamin Netanyahu, garantiu na terça-feira que o exército matou os trabalhadores humanitários "involuntariamente", anunciou uma investigação e disse que este tipo de coisas "acontecem na guerra".

Após o ataque, a WCK anunciou a interrupção imediata de todas as suas operações na região e que em breve tomaria decisões sobre o futuro da sua atividade.

A ONG trabalha em Gaza há quase seis meses, durante os quais afirma ter distribuído 42 milhões de refeições à população de Gaza para aliviar a fome causada pelo bloqueio e pelos ataques israelitas punitivos dos atentados do grupo islamita Hamas, que provocaram mais de 1.100 mortos em 07 de outubro.

Cerca de 32.900 pessoas morrerem nestas ações de retaliação, segundo o ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

Tanto a Open Arms como a WCK acusaram Israel de estar a usar a fome como uma arma de guerra.