Bordado Madeira e vestuário em exposição no Centro de Estudos de História do Atlântico
A mostra, de entrada gratuita, pode ser visitada até 13 de Setembro
'O Bordado Madeira e o Vestuário: Um Périplo por Arquivos, Documentos e Representações' é o nome dado à mostra que está patente, a partir de hoje, no Centro de Estudos de História do Atlântico – Alberto Vieira (CEHA-AV), localizado na Rua das Mercês, n.º8, no Funchal.
A exposição, que conta com a curadoria interna de Martinho Mendes, tem como ponto de partida a integração de duas realidades documentais: "Esta exposição tem como ponto de partida a existência de um arquivo que foi recolhido em 2019 pelo Centro de Estudos da História do Atlântico. (...) Esta exposição nasce da valorização deste arquivo, que estará em vias de tratamento arquivístico, e também da realização de quatro volumes de catálogos fotográficos", começa por referir o curador da mostra.
Na inauguração Martinho Mendes explica que existem quatro livros - "dois sobre a história do vestuário e dois sobre a história do Bordado Madeira" e a ideia da exposição é "pegar nestas duas realidades arquivísticas e documentais e desdobrar tudo".
Os catálogos tiveram por principais autoras Maria Cristina Martins (volumes sobre o bordado) e Odete Souto (volumes acerca do vestuário).
Martinho Mendes aponta que a exposição "tem um cunho bastante aberto na medida em que convida cada visitante a criar a sua interpretação sobre esta história que vem desde 1850".
A exposição tenta fazer uma "perspectiva desta importante indústria, que está profundamente enraizada e faz parte da nossa identidade cultural", conta.
O secretário regional de Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, enalteceu, na ocasião, a importância de preservar o Bordado Madeira.
"É preciso não perdermos de memória que a Madeira desenvolveu-se sempre em grandes ciclos que encontraram lá fora o mercado que não existia cá dentro e o bordado não é excepção. É uma actividade que teve uma importância capital ao ponto de passar a ser integrante na nossa identidade regional", disse Eduardo Jesus, referindo que "Madeira e Bordado são indissociáveis. Qualquer pessoa que ouve falar da Madeira tem sempre na sua memória a ligação a esta actividade".
Exaltou o trabalho que tem sido desenvolvido pelos jovens criadores e jovens ligados à moda: "Ainda bem que esta geração mais jovem olha para uma identidade tão forte como o Bordado e vê o potencial de criação e o potencial de idealização e, acima de tudo, manter viva esta enorme herança que sobre nós recai, que é uma enorme responsabilidade e nós temos este dever de saber reinventar não só através das empresas sobreviventes nesta área que tem feito um trabalho muito grande de recolha e preservação, mas também nesta área da criação".
A exposição estará aberta ao público, sendo de acesso gratuito, até 13 de Setembro deste ano.