Escola Agrícola da Madeira já formou 13.500 pessoas
Desde a sua abertura a 3 de Abril de 2017, após uma recuperação do antigo Centro de Formação Agrária, em São Vicente, a Escola Agrícola da Madeira (EAM) ministrou um total de 680 acções de formação profissional, tendo concluído com aproveitamento cerca de 13.500 formandos.
A informação foi avançada pela actual directora da instituição, Susana Fontinha, durante a cerimónia que assinalou o sétimo aniversário da EAM.
"Se inicialmente esta Escola foi uma aposta no sector agrícola, agora é-o também no sector ambiental, com uma abrangência e uma transversalidade que visa responder aos novos desafios e a melhor contribuir para o desenvolvimento sustentável da Região Autónoma da Madeira, onde as nossas levadas candidatas a Património Cultural, vão buscar água à Floresta Laurissilva, Património Natural da Humanidade, alimentam os campos agrícolas, saciam a nossa sede e constroem a paisagem madeirense. Prestamos um serviço público e oferecemos 40 cursos de formação profissional específica sectorial, devidamente publicados no jornal oficial da Região Autónoma da Madeira, e pretendemos oferecer muitos mais", destacou a responsável, enumerando os vários projectos em curso.
É o caso do projecto Laboratório de Ciências da Terra, criado com o intuito de "promover e incrementar o saber da geologia" nas escolas da Madeira, através de um Laboratório Móvel (uma carrinha adaptada), a qual oferece um conjunto de actividades práticas sobre a geologia local e a necessidade da sua conservação.
Susana Fontinha lembrou igualmente o protocolo assinado, em Dezembro último, com a Secretaria Regional de Agricultura e Ambiente para o desenvolvimento do projecto ‘AGROSUS’, "que visa identificar, desenvolver e avaliar ferramentas e estratégias agroecológicas adequadas para prevenir e gerir as espécies adventícias nas culturas da anoneira e da vinha".
Outra grande aposta da EAM consiste na promoção de "mais parcerias com distintas entidades, de modo a irmos ao encontro das solicitações que nos chegam na área da formação, interna e para o exterior, não esquecendo o desenvolvimento de cursos em horário pós-laboral e em regime misto: presencial e on-line".
Ao Governo Regional, Susana Fontinha, agradeceu a bolsa de formadores, "na sua maioria técnicos superiores da Direcção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural".
Do lado da tutela, a secretária da Agricultura e Ambiente, Rafaela Fernandes, salientou a importância da formação na capacitação dos recursos humanos, nas várias área sob a sua tutela.
"Hoje temos polícia florestal com o reconhecimento que todos nós fazemos, temos os vigilantes da natureza, temos sapadores e técnicos de espaços de verdes. Isto só é possível, porque é possível ter formação para capacitar estes recursos a desempenhar cada vez melhor as suas funções", sublinhou.
“A formação que nós fazemos para fora não é só para preencher números, impactados em propaganda. Essa formação tem um propósito e muito dele tem a ver com o enquadramento no mercado de trabalho”, reforçou Rafaela Fernandes.
Numa outra nota, realçou a importância de sensibilizar as novas gerações para a preservação do património natural da Região.
"Se nós não criarmos condições de sensibilização às novas gerações, em relação àquilo que é nosso, dificilmente vamos conseguir que eles respeitem aquilo que são as nossas heranças”, afirmou, fazendo especial referência à Floresta Laurissilva.
A manutenção das levadas, vincou, “é uma actividade que existe todo o nosso respeito e tudo aquilo que nós possamos fazer para sensibilização da comunidade – não só enquanto residentes que visitamos a floresta, mas também todo o trabalho que é feiro junto daqueles que nos visitam – para passar, respeitar e não estragar, é uma função de todos nós", enfatizou a governante.
E, porque "a Escola [Agrícola da Madeira] tem uma missão de serviço público", Rafaela Fernandes lançou a todos os presentes o repto para que contribuam com sugestão de conteúdos informativos passíveis de ser tema de futuras acções de formação e sensibilização.
A cerimónia contou com a presença de representantes dos diversos organismo sob alçada da Agricultura e Ambiente, a quem Rafaela Fernandes fez questão de mencionar no seu discurso, entre os quais: a gerente-executiva da Gesba - Empresa de Gestão do Sector da Banana, Aurélia Sena; o director regional de Acção Climática, Álvaro Oliveira; o director regional do Ordenamento do Território, Ilídio Sousa; o presidente ARM - Águas e Resíduos da Madeira, Amílcar Gonçalves; o director regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Marco Caldeira; Manuel Filipe e Paulo Oliveira, respectivamente presidente e vogal do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza (IFCN) e ainda os vogais do conselho directivo do IVBAM - Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira, Marisa Santos e Gonçalo Caldeira.