Polícia de Segurança Pública ou Polícia de Perseguição Pública?

Recentemente viajei em férias até ao Porto Santo, integrado num grupo de pessoas que são proprietários de viaturas clássicas. Este grupo, desde a sua constituição no ano 2000, tem visitado com frequência o Porto Santo. Em todas essas viagens, sempre fomos muito bem acolhidos na Ilha Dourada.

Nesta nossa viagem, em meados de abril de 2024, foi muito diferente; desde que desembarcámos do navio Lobo Marinho, fomos, vigiados, monitorizados, espiados e perseguidos. Com efeito, tanto a GNR, como a PSP não nos deixaram da mão. Foram ultrapassagens á “faroeste” com pirilampos ligados, como se de marginais nos tratássemos. Houve pessoas do grupo que foram mandadas parar três vezes no mesmo dia! Depois, alguns dos agentes eram impreparados, agentes que por exemplo não conheciam o Certificado de Interesse Histórico das nossas viaturas, e que substitui a Inspeção Periódica Obrigatória. Agentes policiais a “insinuarem/avisarem-nos” de que as nossas viaturas clássicas só podem circular ao fim de semana, quando na realidade, quem limita a circulação das viaturas clássicas, são as seguradoras, quando vendem determinados seguros mais baratos.

É certo que aquele é o seu trabalho, mas tamanho acompanhamento, tantas e tão despropositadas abordagens, só descrebilizam estas forças de segurança, naquilo que foi uma desprezível caça á multa

Somos cidadãos de bem. Sentimo-nos descriminados. Este grupo a que pertenço, com quase 25 anos de existência, tem uma reputação imaculada. Nunca causámos tumultos ou transtornos por onde quer que tenhamos passado.

Nesta viagem, ansiada e pormenorizadamente planeada, idealizámos a nossa estadia no Porto Santo, como aquele aprazível local para passar uns dias descontraídos, desfrutando daquilo que gostamos, que são as nossas viaturas clássicas. Puro engano; o sonho virou pesadelo.

Fomos ao Porto Santo, gastámos e deixámos lá o nosso dinheiro. Eventualmente o Porto Santo poderá de momento não necessitar do contributo das pessoas da Madeira. Com efeito, os endinheirados turistas nórdicos pululavam por todo o lado. Mas a vida dá muitas voltas; hoje estamos cá em cima, mas amanhã poderemos estar lá em baixo.

Estas atitudes levantam as dúvidas, de que, se com este “modus operandi” policial não se estará a remar para trás na promoção do Porto Santo; se com estas atitudes, não se estará a afugentar aqueles que querem promover eventos que esbatam a saudosa e malfadada sazonalidade; se desta forma, não se estará a prejudicar seriamente a economia local.

Concluindo, deixo um repto ás autoridades do Porto Santo, no sentido de sensibilizarem os poderes policiais para fazerem o seu imprescindível trabalho, mas de maneira a que não se tornem uma constante nuvem negra sobre a cabeça de cada cidadão.

Muito obrigado.

Gilberto Alves Gonçalves