“O Norte da Madeira está a perder população e a sua população está cada vez mais envelhecida"
“O Norte da Madeira está a perder população e a sua população está cada vez mais envelhecida. A cada década que passa o Norte da Madeira (Porto Moniz, São Vicente e Santana) perdem mais de 10% da sua população. Isto é deveras preocupante e tem que ser invertido com políticas conjunturais, mas também com políticas estruturais para que se possa combater este fenómeno que é gravíssimo.” Quem o diz é o cabeça-de- lista da candidatura do CDS às legislativas de 26 de Maio.
José Manuel Rodrigues sublinhou que já foram tomadas algumas medidas, quer por parte do Governo Regional, com a redução do IRC, quer por parte da Câmara Municipal, com o intuito de fixar as populações, mas estas medidas não são suficientes.
O CDS-PP defende a criação de um plano de coesão territorial e social para todo o Norte da Madeira para fixar as populações. Para tal, este plano passa pela redução do IRS para as pessoas que vivem e trabalham no Norte da Ilha e, também, em termos de descontos para a segurança social. Passa pela majoração dos fundos europeus que são aplicados no Norte da Madeira; também por incentivos maiores ao investimento privado, designadamente o sector do turismo, da restauração e da agricultura; e, também, passa por um apoio muito grande aos jovens.
O presidente do partido e cabeça-de-lista a estas eleições pelo CDS-PP diz não entender como é que o programa Regressar não é aplicado na Região Autónoma da Madeira.
Temos um Ex-Secretário de Estado que é hoje candidato a Presidente do Governo Regional, mas que não aplicou o Programa Regressar (um programa de apoio aos jovens que queiram regressar a Portugal e que só se aplica a Portugal Continental, excluindo a Madeira e os Açores). Isto é incompreensível”. José Manuel Rodrigues
E acrescenta: “O CDS quer que este programa Regressar seja aplicado na Madeira e nos Açores para que haja isenção do IRS durante alguns anos para quem regresse; para que haja incentivos às empresas que contratem os jovens que regressam à sua terra natal; que esses jovens possam criar o seu próprio emprego e ter alguns apoios; e, também, que haja creches e pré-escolar gratuitos na nossa Região, incentivando assim os jovens casais”.
Diz ainda que estamos, neste momento, na Madeira a recrutar imigrantes de vários países, designadamente nos países do Industão e, curiosamente, continuamos a deixar sair os nossos jovens para determinados países europeus. Neste sentido, José Manuel Rodrigues questiona: “Será que não é possível ter um conjunto de políticas a nível regional e nacional que fixem os jovens às suas famílias e às suas raízes; será que não é possível ter um Programa Regressar que permita que esses jovens tenham apoios e possam ter aqui bons rendimentos e viver na Madeira. O CDS considera que sim. Que é possível. Só tem de haver vontade política para o efeito”, vincou.
Por outro lado, o destino Madeira é vendido, sobretudo, com as paisagens soberbas do Norte da Ilha, mas a verdade é que o turismo passa e não se fixa na Região. "E é por essa razão que nós precisamos de mais investimento privado no Norte da Madeira. Precisamos de mais camas hoteleiras, mais alojamento local para criar emprego e criar riqueza", refere,
Para finalizar, o CDS defende outra medida que considera essencial que é descentralizar serviços públicos. Segundo José Manuel Rodrigues, “não faz sentido que todos os serviços do Governo Regional estejam concentrados na cidade do Funchal. É possível descentralizar esses serviços para concelhos que estão a perder população, como é o caso de Santana, do Porto Moniz e de São Vicente. Sendo certo que, com a aplicação desta medida, ajudaríamos a fixar população e polos de desenvolvimento económico e social".