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Desporto

Villas-Boas eleito com 80% dos votos

Foto FERNANDO VELUDO/Lusa
Foto FERNANDO VELUDO/Lusa

André Villas-Boas tornou-se hoje o 34.º presidente da história do FC Porto, ao vencer as eleições de sábado dos órgãos sociais, com 21.489 votos (79,96%), quebrando um ciclo de 15 mandatos e 42 anos de Pinto da Costa.

No ato eleitoral mais participado de sempre do clube, o ex-treinador da equipa de futebol portista (lista B) destronou o atual líder 'azul e branco' (A), que contabilizou 5.224 votos (19,44%), ao passo que o empresário e professor Nuno Lobo (C) repetiu a condição de terceiro e último candidato mais votado alcançada em 2020, ao acumular 53 (0,2%).

De acordo com o presidente da Mesa da Assembleia Geral, José Lourenço Pinto, houve também 73 votos em branco e 37 nulos, num dia em que um recorde de 28.876 sócios estiveram no Estádio do Dragão, no Porto, a eleger os órgãos sociais rumo ao quadriénio 2024-2028.

A inédita eleição de André Villas-Boas, de 46 anos, implica o fim do 'reinado' presidencial de Pinto da Costa, de 86 anos, que já comandava o FC Porto desde 17 de abril de 1982, tornando-se, desde então, o dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial.

O perfil do presidente*

Luís André de Pina Cabral e Villas-Boas nasceu no Porto em 1977. É o sócio n.º 7.616. Com raízes familiares intimamente ligadas à fundação do clube, tanto com António Nicolau d’Almeida como com José Monteiro da Costa, as conversas à volta do clube marcaram os seus primeiros anos. O orgulho em ser portista e a paixão pelo futebol contagiaram-no desde cedo e a presença no Estádio das Antas era uma constante.

Os aspetos técnicos do jogo e o treino entraram muito rapidamente na vida do adolescente. Num ato pensado e ponderado, aos 17 anos, interpelou o então timoneiro do FC Porto, Bobby Robson. O ídolo Domingos era tema de conversa. Surpreendido pelo que ouvira, Robson introduziu o jovem aspirante ao mundo do futebol, incentivou-o a obter formação e a frequentar cursos de treinador, apostando na sua formação em Portugal e no estrangeiro.

Villas-Boas iniciou a carreira nas equipas de formação do FC Porto, orientou todos os escalões desde as escolinhas até aos juniores e desempenhou várias funções técnicas no clube, desde o scouting à observação de adversários. A chegada de José Mourinho trouxe-lhe novas responsabilidades, quando passou a integrar a equipa técnica do Special One como observador de adversários. Assim, durante as cinco temporadas em que o clube venceu vários títulos nacionais e internacionais, nomeadamente a Taça UEFA de 2002/03 e a Liga dos Campeões de 2003/04, enriqueceu um vasto currículo.

Estreou-se como técnico principal na Académica de Coimbra, em 2009, e logo evidenciou o potencial que lhe era reconhecido. Esse caminho levou-o a receber um convite para assumir o comando do FC Porto. A oficialização deu-se a 2 de junho de 2010. Num só ano, André Villas-Boas conquistou uma Supertaça Cândido de Oliveira, um Campeonato Nacional - sem derrotas, festejando a vitória no estádio do maior rival -, uma Taça de Portugal e a Liga Europa.

Com a conquista da competição internacional, tornou-se também no mais jovem treinador de sempre a ganhar uma prova europeia. Como reconhecimento do sucesso, mas sobretudo reconhecendo o amor ao clube de sempre, o FC Porto decidiu homenageá-lo em 2011 com a atribuição de um Dragão de Ouro, troféu que recebeu das mãos de Jorge Nuno Pinto da Costa antes de agraciar os portistas com um discurso que ainda hoje perdura na memória do universo azul e branco.

Prosseguiu a carreira em vários emblemas reputados do futebol europeu e mundial, como treinado o Chelsea, o Tottenham, o Zenit de São Petersburgo, o Shanghai SIPG ou o Marselha.

Começou a preparar a candidatura à presidência do Futebol Clube do Porto há dois anos, altura em que reuniu uma equipa com as valências e competências necessárias. Reunido o apoio entusiástico da maioria dos votantes, André Villas-Boas define como bandeiras a modernidade, os valores, o rigor, o planeamento, a dedicação e o trabalho que o FC Porto merece para honrar e manter o clube numa senda de vitórias sem igual.

DIREÇÃO

Presidente
Luís André de Pina Cabral e Villas-Boas
Vice-Presidentes
Rui Jorge Teixeira de Carvalho Pedroto
João Begonha da Silva Borges (pelouro financeiro)
Tiago Filipe da Veiga Guarda Gomes de Madureira
Francisco António Miranda Araújo
José Luís Gomes de Andrade
Vogais
Alberto de Sousa Babo
Teresa Paula Dias Figueiras
Joana Pinto Leite César Machado Ortigão de Oliveira

MESA DA ASSEMBLEIA GERAL

Presidente        
António Manuel Lopes Tavares
Vice-Presidente
Jorge Manuel Araújo de Sousa Basto
Secretários
Susana Abreu Alves Pereira Furtado de Mendonça
Vasco Miguel Barros Leal Cardoso
Vasco Bruno de Figueiredo Azeredo
Suplentes
Fernando Nuno Fernandes Ribeiro dos Reis
José Manuel Duque Rodrigues
Mafalda Leão e Seabra Ortigão de Oliveira

CONSELHO FISCAL E DISCIPLINAR

Presidente
Angelino Cândido de Sousa Ferreira
Vice-Presidente
Carlos Manuel Maia da Rocha Nunes
Secretário
Rui Edgar Peixoto Araújo Duarte
Relatores de Contas
Rui Manuel Pais Brochado
Carlos Afonso Dias Leite Freitas dos Santos
Relator de Contencioso
Sofia da Costa Pimenta de Sá Azeredo
Relator de Sindicância
António Maria da Fonseca Côrte-Real Souto Neves
Suplentes
João Pedro Martins Costa
Miguel Paulo Pais Brochado

* Perfil divulgado pelo site do clube.