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Sentida homenagem a Luisinha do Guerra junta a família e Valter Hugo Mãe

Fotos DR/CMRB
Fotos DR/CMRB

"Foi com muita emoção que Valter Hugo Mãe se juntou à família de 'Luisinha do Guerra', a ribeira-bravense, natural do Campanário, que inspirou a obra 'Deus na Escuridão' e que o escritor nacional considera ser a sua 'melhor obra'", escreve a autarquia a propósito de um evento no âmbito da Semana da Cultura da Ribeira Brava.

Conta a nota da autarquia que "depois de ter falado sobre o livro que pretende ser um caminho de reflexão sobre Deus, o autor partilhou o palco" com "a família mais próxima de Luísa Reis Abreu, a mulher com quem mantinha uma relação de amizade e de proximidade". E acrescenta: "Nélio Paulo e Maria José Paulo recordaram a mãe, uma pessoa de muita fé que chegou a ser catequista. Casou e teve quatro filhos. Foi bordadeira, dona de casa e uma lutadora. A sua participação neste livro de Valter Hugo Mãe foi, segundo a filha, a forma mais bela de perpetuar o seu nome."

'Deus na Escuridão', lançado em Janeiro deste ano, "é uma obra inspirada nas memórias da senhora Luisinha do Guerra. O escritor recordou duas coisas que lhe inspiraram a escrever este livro", realça a Câmara Municipal da Ribeira Brava. "Um dia contou-me que a Agostinha do Brinco, uma vizinha, soprava as pedras para lhes limpar o pó, o que significava que para embelezar o seu jardim, ela soprava pedra a pedra. Depois contou-me que quando era nova, antes de casar, carregava as pedras para a construção da igreja do Campanário desde o calhau. Imaginar jovens de 17 anos a subir e a descer ladeiras para construir uma igreja pareceu-me um sacrifício bíblico", cita a recordação do escritor.

Refere ainda que "o livro nasce partindo do princípio que Deus existe e procura fazer uma pessoa racional perceber os argumentos que Deus possa existir". Por isso, o escritor nascido em Angola mas criado no norte de Portugal, diz ter aprendido muito com esta ribeira-bravense. "A vida trouxe-me muito ao Campanário graças aos amigos que aqui tenho. O livro nasce assim mesmo. Muitas vezes aproximamo-nos de algumas temáticas porque procuramos respostas, outras vezes as coisas acontecem como acontecem os afetos e o amor", contou.

Nas palavras de Valter Hugo Mãe, "a senhora Luisinha era introspetiva, silenciosa e de poucas conversas" e "acreditava que tudo estava nas mãos de Deus. Transmitia paz e tranquilidade, era grata e aceitava as coisas. Tinha experienciado que a grande viagem é a interior e por isso eu sentia-me sempre muito palerma e ignorante à beira dela", destaca.

O presidente interino da Câmara Municipal, Jorge Santos, "agradeceu ao escritor, bem como à senhora Luisinha por esta homenagem feita ao concelho que permite falar da Ribeira Brava e da sua identidade além-fronteiras", finaliza a nota.