Política de Preçário
Estamos já na Madeira em plena pré-campanha eleitoral, para eleições regionais antecipadas.
Andamos há 50 anos, meio-século, a aturar uma democracia, que não cresce, e cuja maturidade, ainda é um caso de psiquiatria, se comparada com a revolução que a pariu.
Andamos nisto, como se tudo isto, de mandar no povo, e nas famílias, não passasse, de uma brincadeira de recreio, numa escola, onde todos se esforçam por permanecer a vida toda, sem nenhum concluir o curso ou obter diploma.
Mas vejamos, ao longo destes 50 anos de democracia na pérola do atlântico, assistimos a programas eleitorais, e a conquista da simpatia do eleitorado, através da vil chantagem, em campanhas de pura chantagem, prometendo, o que não podem cumprir e o que sabem, estar já falido.
Vem agora o candidato socialista, tão fofinho oferecer 150,00€ de complemento solidário na reforma dos pensionistas, quando sabe, que não o pode prometer a todos, quando sabe, que o sistema exige uma profunda reforma, quando sabe que esse sistema está falido.
Não faz campanha de forma a mostrar como pretende o seu partido e a sua ideologia política resolver tão grave problema, apenas atira uma promessa “pelo valor mais alto”.
Estamos numa campanha de licitação, joga-se com as fragilidades de um povo, quando sabem, que actualmente a razão entre um pensionista, é de 1,5 para pessoas no activo, que garantem o pagamento da pensão, quando em 1960 eram de 43 no activo para 1 pensionista: estamos ou não falidos num país que paga ainda, pensões milionárias, Portugal não pode manter esta política de segurança social, e as pensões têm de ter um teto máximo, assim como outro mínimo.
Queremos partidos que demonstrem como pretendem resolver esta problemática, a sustentabilidade da segurança social, e que papel podem ter as autonomias.
Os partidos não podem vir para a praça, atirar, o melhor preço ou o melhor pagamento por quilo de banana, por quilo de cana-de-açúcar, queremos partidos que apresentem, a sua solução para a GESBA, e para as políticas de agricultura e pastoreio, senão embarcamos todos, em políticas de salada russa.
Na saúde, não nos podemos focar, em listas, altas problemáticas, ou sociais, lares de terceira idade, geridos como campos de concentração, temos de destruir a mercantilização da saúde e dos seus serviços, a saúde e o social, não são negócio para entidades privadas, que se alimentam em simultâneo do sector publico e dele fazem o seu quintal, o foco é sim a fundação de um Serviço Único Saúde da Região Autónoma da Madeira (SUS/RAM), e é aqui que queremos ouvir os partidos de como pretendem actuar.
Nas ligações aéreas e marítimas, queremos ouvir como vão os partidos, e nos seus programas, resolver o imbróglio actual, da concessão dos portos, dos aeroportos, e da promiscuidade com grupos, claramente envolvidos em esquemas corruptivos.
Queremos saber, como irão resolver, dispensamos que nos atirem, papaias e promessas de mais dinheiro ou subsídios, mantendo esquemas claramente, duvidosos e que só enriquecem grupos, bem identificados; queremos saber o que os partidos pretendem fazer, lhes permitir a sua continuidade, ou os dispensar de vez, porque agora, estamos nós povo, na iminência de se pagar 27M€ por uma concessão relacionada com inspecções automóveis, e que acontece, porque quem governou, quis beneficiar “os amigos”. Venham os partidos com programas, com ideias, com projectos, deixem-se de atirar migalhas ao povo.
José Silva