Cabotagem é marco histórico dos madeirenses que deve ser recordado
O transporte de mercadorias entre o Funchal e a Ribeira Brava foi feito esta manhã por via marítima, através da recriação da cabotagem, tal como acontecia no início do século XX, onde as ligações aos diferentes concelhos eram feitas por mar, dada a inexistência de estradas. Durante décadas, a cabotagem desempenhou um papel crucial nas comunicações e a Ribeira Brava era um porto de referência por comercializar os produtos vindos de diversas localidades.
Este evento histórico que vai na sua terceira edição, inserido na Semana da Cultura, voltou a juntar diversas entidades do concelho para recriar as ligações marítimas e as transações comerciais, primeiro no cais, e depois no mercado que remonta a 1908.
Jorge Santos, presidente interino da Autarquia, diz que o projeto veio para ficar, dada a importância histórica que tem para o concelho. “A cabotagem foi determinante para nós, ribeira-bravenses, numa época em que não haviam vias terrestres e o único meio de chegar mercadorias ao concelho e a outras paragens era por via marítima. Portanto, recriar um dos principais marcos de desenvolvimento do concelho, que foi a cabotagem, faz todo o sentido para nós”, assegurou o autarca, recordando o papel do cais da Ribeira Brava na economia local que contribuiu para o crescimento e desenvolvimento da vila da Ribeira Brava.
A mesma opinião tem Mafalda Freitas relativamente à importância desta atividade. A Diretora Regional do Mar diz ser “fundamental transmitir toda esta cultura marítima à população”, sobretudo aos mais novos, onde para ir ao médico ou ao Funchal era preciso ir de barco.
“Isto mostra a dificuldade que era viver na Madeira quando não existiam as estradas. Hoje nós damos tudo como adquirido, mas é importante lembrar o desenvolvimento da Madeira, o transporte das mercadorias e da população devido à nossa orografia e o papel sempre importante que o mar teve e continua a ter desde a colonização até hoje”, destacou a governante.
O projeto é desenvolvido pela Câmara Municipal da Ribeira Brava, em parceria com o Museu Etnográfico da Madeira e conta com o apoio da Secretaria Regional de Economia, Mar e Pescas. Teve a participação de entidades do município, como a Universidade Sénior da Ribeira Brava, a EB1/PE da Tabua, a EB1/PE do Campanário Leonete Reis, a EBS Padre Manuel Álvares, a Casa do Povo da Serra de Água e o Centro Comunitário do Lugar da Serra, para além do Grupo de Teatro Bolo do Caco.