EUA começaram a construir porto e cais na Faixa de Gaza
O Pentágono anunciou hoje que os Estados Unidos iniciaram a construção de um porto temporário e um cais na Faixa de Gaza, para facilitar a entrega de ajuda humanitária ao território palestiniano bombardeado e sitiado por Israel.
Perante os atrasos e bloqueios de Israel à distribuição de ajuda humanitária por terra a uma Faixa de Gaza afetada por uma catástrofe humanitária, o Presidente norte-americano, Joe Biden, tinha anunciado no início de março a construção de um porto artificial.
Navios militares norte-americanos "começaram a construir (...) o porto temporário e o cais no mar", declarou à imprensa o porta-voz do Pentágono (Departamento da Defesa dos Estados Unidos), o general Pat Ryder.
Este porto marítimo temporário deverá permitir que os navios militares ou civis nele depositem a sua carga. A ajuda humanitária será, depois, levada por embarcações de apoio logístico até um cais na costa de Gaza.
Os responsáveis norte-americanos afirmaram que esta operação não envolverá "tropas terrestres" naquele território palestiniano devastado pela guerra.
Soldados norte-americanos estarão, contudo, próximos da Faixa de Gaza durante a construção do porto e do cais, que deverá ser supervisionada por tropas israelitas.
Organizações não-governamentais (ONG) serão provavelmente encarregadas de distribuir a ajuda, uma vez entregue no território, tinha já feito saber o Pentágono.
Israel declarou a 07 de outubro uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o movimento islamita palestiniano Hamas depois de este, horas antes, ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis.
O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- fez também 250 reféns, cerca de 130 dos quais permanecem em cativeiro e 34 terão entretanto morrido, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.
A guerra, que hoje entrou no 202.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 34.000 mortos, mais de 77.000 feridos e milhares de desaparecidos presumivelmente soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com números atualizados das autoridades locais.
O conflito fez também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.