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Chega quer que Presidente da República se retrate por declarações sobre era colonial

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O líder parlamentar do Chega defendeu hoje que o Presidente da República deve retratar-se pelas declarações sobre colonialismo e esperava que o tivesse feito no seu discurso do 25 de Abril em vez de uma "resenha histórica".

"O discurso do senhor Presidente República nesta cerimónia dos 50 anos do 20 de Abril foi praticamente uma resenha histórica" sem "muito conteúdo, apenas com conteúdo histórico", afirmou Pedro Pinto.

O deputado falava aos jornalistas no final da cerimónia solene que assinala os 50 anos 25 de Abril, na Assembleia da República.

O líder parlamentar do Chega assinalou que Marcelo Rebelo de Sousa "não tocou no tema que tinha tocado ontem", das "supostas dívidas" de Portugal "com as nossas ex-colónias ou com o passado colonial", indicando que o partido esperava que o fizesse.

Pedro Pinto disse ter "muito, muito orgulho" na História de Portugal e pediu ao chefe de Estado "que se retrate" por na terça-feira ter reconhecido responsabilidades de Portugal por crimes cometidos durante a era colonial e sugerido o pagamento de reparações pelos erros do passado.

"Se não o fez hoje, terá de se retratar perante os portugueses noutra ocasião, disse, indicando que o partido vai "outra vez insistir na questão durante a próxima semana".

Questionado como é que o Chega fará isso concretamente, Pedro Pinto disse que pedir para ser recebidos pelo Presidente da República "é uma das coisas que está em cima da mesa".

"Durante as próximas horas vão ter novidades sobre isso, vamos unir a liderança do grupo parlamentar e vamos falar sobre isso", afirmou.

No seu discurso durante a sessão solene no parlamento, o presidente do Chega acusou o Presidente da República de trair os portugueses ao defender o pagamento de reparações por crimes da era colonial, considerando que Marcelo Rebelo de Sousa devia "amar a História" de Portugal.

Ainda sobre o discurso do Presidente da República, o líder parlamentar do Chega recusou que o apelo de Marcelo Rebelo de Sousa para que se preferia "sempre a democracia, mesmo imperfeita, à ditadura" fosse dirigido ao Chega.

Questionado se considera que Marcelo Rebelo de Susa ignorou o Chega no seu discurso, respondeu negativamente, argumentando que "certamente que o Presidente da República já trazia o discurso escrito de casa".

Sobre os deputados do Chega terem abandonado a sala das sessões enquanto deputados das bancadas do PS, BE, PCP, Livre e a parlamentar do PAN cantaram "Grândola, Vila Morena", uma das músicas senha da Revolução de Abril, Pedro Pinto justificou que "a sessão solene termina com o hino nacional".

"Acabou o hino nacional, os deputados do Chega abandonaram a sala. Perfeitamente normal, é uma coisa que nós fazemos sempre", disse.

Pedro Pinto disse ainda que o Chega não participará no tradicional desfile na Avenida da Liberdade, mas vai estar na cerimónia que vai decorrer no Centro Cultural de Belém e também no jantar no Palácio da Ajuda.