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Assembleia Legislativa Madeira

“A corrupção é a maior e principal causa para a corrosão ética das instituições da governação”

Miguel Castro, do Chega na sessão dos 50 anos do 25 de Abril

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Sobre “o assinalar o movimento militar que catalisou a transição de Portugal do Estado Novo para uma Democracia Constitucional”, Miguel Castro, do Chega (CH) considera que “acima de tudo, podemos e devemos procurar defender os interesses da Madeira e dos Madeirenses,

lutando por mais liberdade, mas sempre perfeitamente conscientes de que a liberdade, só em si, não aporta valor humano a nenhuma comunidade a não ser que seja devidamente acompanhada de um outro valor, tão importante e valioso, que é a Justiça Social”.

Reconheceu que Abril de 1974 apenas se consumou e materializou em Novembro de 1975, data que potenciou “o avanço significativo no processo democrático”.

Para o líder regional do CH “o nosso futuro deve ser delineado e executado sempre de acordo com um projecto sério e que ajude a mobilizar os Madeirenses para vencer o desânimo e a apatia para os quais foram conduzidos: pela demagogia, pelo sectarismo, pelo oportunismo e pela falta de verticalidade de quem se tem servido da política para satisfação dos seus interesses partidários, para a prossecução das suas ambições pessoais e para o endeusamento de ideais que em nada correspondem às necessidades do Povo e ao sentir desta Região”, disse.

E porque a Ética e a Consequência impõe a constatação de três realidades simples, mas urgentes, começou por assegurar que “Abril não é de nenhum partido, nem de nenhuma ideologia. Abril é do povo português”. Por isso, “aqueles que enchem a boca com Abril para reclamar uma falsa superioridade moral sobre outros partidos e outras formas de pensar, devem, pelo contrário, respeitar o Povo desta terra, o qual: não come Abril, não usa Abril para pagar contas, não canta Abril para sustentar os filhos, não disserta Abril para pagar a casa e está totalmente farto dos demagogos de Abril, que preferem um país pobre, saudosista e a louvar a revolução até à náusea do que um país competitivo, forte e no qual as pessoas fazem por si, lutam por si e vivem fora e além da mão controladora do Estado”, declarou.

Em segundo lugar, “a corrupção é, hoje, a maior e principal causa para a corrosão ética que testemunhamos das instituições da governação e para o distanciamento galopante entre governantes e governados”, denunciou. “Seja na forma de amiguismo, compadrio, favorecimentos ou ligações perniciosas a empresas amigas, que olham para o Bem Comum como propriedade privada, a corrupção é a maior e mais inaceitável traição dos governantes àqueles que os elegeram. É contra ela que temos de lutar até à sua erradicação total das práticas de gestão e administração em vigor na nossa terra. E não bastam palavras, nem intenções, nem proclamações de intenções”, avisa.

Em terceiro lugar, quando se celebra 50 anos de Abril, considera que “perduram, no país e na Região, problemas estruturais graves, que nos remetem mais para o século passado do que para o futuro de sucesso que todos queremos”, apontou.

Em jeito de conclusão, Miguel Castro considera que “quanto mais nos apegamos à Democracia, mais urgente é falar a verdade sobre o actual estado de coisas e denunciar – doa a quem doer”, defende.

Da parte do CH, “seja Abril ou Novembro, seja conveniente para alguns ou não – continuaremos a exigir que tudo se subordine à plena realização da Pessoa, com integral respeito pela sua personalidade e pela Justiça Social e Económica”, referiu. “Primeiro a Madeira e depois tudo o resto!”, concretizou.