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Venezuela desqualifica outros cinco opositores para exercer cargos públicos

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A Controladoria Geral da República da Venezuela  (CGR), organismo responsável por assegurar a administração transparente dos bens públicos do Estado, proibiu mais cinco opositores venezuelanos de exercerem cargos públicos.

Segundo uma lista de sancionados divulgada quarta-feira em Caracas, quatro opositores, Carlos Ocariz, Elías Sayegh, José Fernández e Tomás Guanipa, foram desqualificados por 15 anos e o quinto, Juan Carlos Caldera, durante os próximos 12 meses.

Carlos Ocariz, Tomás Guanipa e Juan Carlos Caldera pertencem ao partido de centro-direita "Primero Justicia".

O Supremo Tribunal de Justiça venezuelano ordenou em 22 de abril, pela segunda vez em quatro anos, a reestruturação do partido, nomeando uma direção provisória presidida por José Dionísio Brito.

De acordo com a imprensa local, Brito foi expulso do partido, depois de em 2019 ter sido publicada uma reportagem que o ligava a alegados atos de corrupção.

Os outros dois sancionados, José Fernández e Elías Sayegh, pertencem às organizações políticas Fuerza Vecinal e "Movimiento Cambio en Paz".

A delegação que representa a Plataforma Unitária Democrática (PUD, que reúne os principais partidos opositores) nas negociações com o Governo do Presidente Nicolás Maduro, já condenou a decisão da CGR, que diz ser "uma nova ofensiva contra o direito dos cidadãos a eleger em um processo democrático", antes das presidenciais previstas para 28 de julho.

A coligação disse que "as inconstitucionais e ilegais desqualificações feitas públicas (...) violando o direito à defesa e ao devido processo (...) representam a continuidade das arbitrariedades executadas desde o poder em violação também do Acordo de Barbados", assinado em outubro de 2023 entre o Governo venezuelano e a oposição.

O partido Vente Venezuela, liderado por Maria Corina Machado, que já tinha sido impedida de exercer cargos públicos, solidarizou-se com os afetados e acusou a CGR de usar as desqualificações como "uma arma" para punir delitos de pensamento.

"O regime continua a utilizar as desqualificações políticas como uma arma para perseguir e atuar contra quem (...) faz oposição na Venezuela", expressou Vente Venezuela na rede social X (antigo Twitter).

A CGD desqualificou, nos últimos anos, três dirigentes opositores, entre eles Maria Corina Machado, vencedora das primárias opositoras de outubro, o ex-candidato presidencial e ex-governador do estado de Miranda, Henrique Capriles Radonski, do partido Primeiro Justiça, e o ex-presidente do parlamento, Juan Guaidó, do partido Vente Venezuela, que em janeiro de 2019, jurou publicamente assumir as funções de presidente interino do país até afastar Maduro do poder e que atualmente se encontra asilado nos EUA.