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Assembleia Legislativa Madeira

“A revolução de Abril é uma revolução inacabada”

Ricardo Lume, do PCP, denunciou a “submissão do poder político ao poder económico”

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Para o PCP o 25 de Abril representa acima de tudo o “momento decisivo para por fim ao regime fascista em Portugal uma ditadura terrorista  ao serviço dos grupos monopolistas que controlavam o país. Fome, repressão, censura, tortura, prisões assassinatos, foi a forma de actuar dos que se perpetuaram no nosso país 48 anos da longa noite fascista, sobre os que ponham em causa a política dos interesses dos grupos monopolistas”, começou por apontar Ricardo Lume. O deputado da CDU recordou que “os madeirenses sentiram bem na pele os efeitos da repressão quando ousaram pôr em causa a criação do monopólio da farinha com a revolta da farinha em 1931, quando ousaram pôr em causa a criação do monopólio do leite com a revolta do leite em 1934, quando na Lombada na Ponta do Sol  a população ousou defender a sua água de rega com a revolta  das águas da Ponta do Sol”.

Mas mais que “o acto de depor um governo fascista e as suas formas repressivas”, a revolução de Abril “foi uma realização do povo português, para a democratização política económica e social, aliando a democracia participativa com a democracia representativa”, sustentou.

Apesar de tudo, entende que a revolução “constituiu um processo, que conheceu avanços e recuos e exige desenvolvimentos inovadores”.

Contra “os que tudo fizeram para destruir as conquistas de Abril”, denuncia a “submissão do poder político ao poder económico” e dos que tendem "branquear e esconder que o grande suporte económico do fascismo foram os monopólios”.

Estava dado o mote para a crítica directa ao poder local. “Esta realidade da injusta distribuição da riqueza e da submissão do poder político ao poder económico é bem evidente na Região, onde o PSD e o CDS têm colocado sucessivos Governos regionais  e os seus governantes ao serviço dos interesses de grupos económicos utilizando formas licitas ou ilícitas, para promover negociatas alheias aos interesse  dos trabalhadores e do povo da Região”, disse.

E contra os que tudo fazem para destruir as conquistas de Abril, abordou as eleições na Madeira, e apelar que “é preciso combater as injustiças e eleger deputados comprometidos em defender as conquistas do nosso povo alcançadas com a revolução de Abril”, nomeadamente “a luta pelos salários e os direitos dos trabalhadores, as pensões e reformas, a igualdade e a emancipação da mulher, os direitos dos jovens, do Serviço Regional de Saúde, da Escola Pública, da Segurança Social, a cultura, a habitação, os serviços públicos, a justiça fiscal, o acesso à justiça e o combate à corrupção”, enumerou.

Sustenta que “a CDU é a força política comprometida com os valores de Abril no presente e no futuro” e a que “defende uma Autonomia ao serviço dos trabalhadores, que representa a alternativa necessária, para combater as injustiças de 48 anos de sucessivos governos regionais que implementaram uma política de exploração e empobrecimento que beneficia apenas determinados grupos económicos e as suas negociatas”.

Por tudo isto, o deputado único concluiu que “a revolução de Abril é uma revolução inacabada. O melhor do caminho histórico de Abril ainda está para vir e chegará com a acção, intervenção e luta dos trabalhadores e do povo, que pode sempre contar com o contributo decisivo do PCP e da CDU”.