Turismo da Madeira caminha para o descontrole, afirma Miguel Castro
"O turismo da Madeira caminha para o descontrole, correndo a Região o risco de perder os padrões de elevada qualidade que há muito definem a experiência daqueles que nos visitam", diz Miguel Castro, líder do CHEGA-Madeira e cabeça de lista do partido às eleições de 26 de Maio, que olha com preocupação para a estratégia que tem vindo a ser seguida nos últimos anos pelo Governo Regional.
Para o presidente do CHEGA-Madeira, o Governo Regional, em geral, e a secretaria do Turismo, em particular, "estão a insistir numa estratégia que não só está a prejudicar a imagem internacional da Madeira como destino de excelência, mas também a contribuir para a sobrelotação de certos pontos turísticos, para a criação de desequilíbrios ambientais a para a perda de qualidade de vida daqueles que vivem na Região".
A única prioridade do governo é encher, a todo o custo, os hotéis dos grupos económicos aos quais está associado, sem pensar devidamente sobre o impacto que o aumento do fluxo turístico está a ter na sociedade madeirense, no mercado de trabalho e no meio ambiente. A ganância de gerar lucros para certos empresários substituiu a ponderação, o bom senso e o sentido estratégico que deveria orientar a atitude do governo, ainda mais num sector fundamental para a vida dos madeirenses.” Miguel Castro
Miguel Castro também realça que a falta de planeamento turístico "está a gerar riscos para a sociedade madeirense e a diminuir a qualidade de vida dos que vivem no arquipélago".
“Há dois aspectos que são evidentes. Por um lado, a necessidade de mão de obra está a aumentar a imigração de pessoas que não partilham a nossa cultura e costumes, o que, por sua vez, já está a criar situações complicadas do ponto de vista da habitação, da estabilidade e da segurança. Por outro lado, apesar dos grupos hoteleiros estarem a enriquecer, muitos dos seus trabalhadores continuam a enfrentar precaridade e baixos salários, acrescenta.
Segundo o líder do CHEGA, "a maior prova da falta de inteligência com que o Governo tem vindo a gerir o sector turístico é a falta de qualidade de vida de muitos dos madeirenses que trabalham no sector da hotelaria". Assim, desafia o Governo Regional a pensar nas pessoas e não apenas nos objectivos comerciais de certas empresas.
“A Madeira está a criar uma espécie de ‘escravatura da hotelaria’, ou seja, pessoas que trabalham nos hotéis, mas não recebem salários dignos, nem têm condições de trabalho justas. Pelo contrário, têm uma vida quebrada em turnos longos e exigências constantes, com pouca consideração pelo seu bem-estar físico, pela sua estabilidade emocional e pelo tempo que, sem dúvida, precisam para estar com as suas famílias", concluiu.