Governo ucraniano destina mais 190 milhões de euros à construção de fortificações de guerra
O primeiro-ministro ucraniano anunciou hoje que, graças à "redistribuição de despesas no orçamento do Estado", o Governo destinou mais oito mil milhões de 'grivnas' - pouco menos que 190 milhões de euros - à construção de fortificações de guerra.
Desde o início de 2024, as autoridades ucranianas afetaram quase 38 mil milhões de 'grivnas' - mais de 890 milhões de euros - ao reforço das linhas defensivas, disse o chefe do executivo ucraniano, Denis Shmyhal, no seu canal oficial da plataforma digital Telegram.
"Não nos vamos ficar por aqui. A nossa missão é criar uma muralha defensiva fiável, que proteja os nossos soldados e dê ao Exército mais vantagens no campo de batalha", sublinhou Shmyhal.
Por sua vez, a vice-ministra da Economia, Yulia Sviridenko, asseverou que o Governo ucraniano está a trabalhar "24 horas por dia" para reforçar as fortificações existentes e construir novas, para "dissuadir eficazmente o inimigo e preservar as vidas dos defensores" da Ucrânia.
"O Governo está disposto a cobrir todas as atuais necessidades de recursos financeiros", afirmou Sviridenko.
Estes 190 milhões de euros foram atribuídos a oito regiões "envolvidas na construção de fortificações", indicou o Ministério da Economia.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os dois beligerantes mantêm-se irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.
Os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais.