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Socialismo e Capitalismo

Vamos lá fazer cumprir o 25 de Abril na Madeira. Vamos mostrar, como Povo, que não nos conformamos com a pobreza, com as desigualdades sociais, com os abusos de poder, com os favorecimentos, com o condicionamento da nossa liberdade.

A falta de cultura política sobre o exercício da Democracia pode levar a considerações absurdas e desvalorização do próprio regime, com consequências negativas para todos, em particular para aqueles que não integram as elites económicas, culturais e políticas. Mas são as franjas sociais que mais sofrem com a falta dela.

Foi esta falta de cultura democrática que permitiu que o mesmo partido político governasse a Madeira até agora, com tiques de regimes autoritários.

Temos, por outro lado, as redes sociais a espelharem a confusão entre conceitos: socialismo e democracia, liberalismo e capitalismo, regimes e partidos, etc. Quando há falta de cultura política é mais fácil manipular as pessoas.

Exemplo disso é aquilo que o PSD-M tem feito: associar o Partido Socialista ao regime autoritário de Maduro, utilizando o conceito de socialismo de forma intencionalmente maliciosa e ambígua.

De forma simples, o socialismo não é um partido político. O socialismo é uma teoria política de organização social com base na exploração e produção de bens controlados pelo Estado e que defende a distribuição da riqueza pela sociedade de forma equilibrada, de modo a esbater a distância entre ricos e pobres. Procura, pois, a justiça social.

O capitalismo é, pois, um sistema de organização social baseado na propriedade privada, enfatizando o lucro individual. Ou seja, não existe a preocupação com os trabalhadores e com o coletivo. Nesta organização económica e social, os indivíduos decidem o rumo das suas vidas sem a proteção do Estado e vivem de acordo com as suas decisões e condições.

Depois temos os regimes políticos, que se referem ao modo como um governo estabelece as suas formas de poder. Estes podem ser democráticos, autocráticos ou autoritários. Dentro de cada regime, os governos podem desenvolver as suas orientações inspiradas mais à esquerda por ideais socialistas, ou mais à direita, por princípios capitalistas.

Ou seja, também nas democracias, ambas as orientações têm lugar, com a distinção de que, no espetro político, quanto mais à esquerda, maior a proximidade com o socialismo e quanto mais à direita, maior afinidade com o capitalismo, grosso modo. São os partidos políticos que as definem e sustentam e somos nós, os eleitores, que escolhemos.

O 25 de Abril não instaurou a Democracia, mas derrubando a ditadura, permitiu a adoção do regime democrático no nosso país. E somos nós que escolhemos o partido político que melhor representa o nosso conceito de organização do Estado. Eu escolho o equilíbrio e a justiça. Por isso, eu voto PS.