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Fact Check Madeira

Alberto João Jardim sempre foi contra acordos com o Chega?

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Ex-presidente do Governo Regional da Madeira abordou um possível acordo político entre PSD e Chega após eleições de 26 de Maio.

Um eventual acordo político na Madeira entre PSD e Chega, após as eleições Legislativas Regionais antecipadas de 26 de Maio, é um dos temas políticos que tem gerado mais discussão e dúvidas na Madeira nos últimos tempos. Se a nível nacional o tão badalado “ não é não” do primeiro-ministro e líder do PSD, Luís Montenegro, fechou desde logo qualquer porta a um entendimento com o partido de André Ventura, na Madeira as opiniões das mais altas figuras do PSD não são coincidentes.

Para o líder do PSD Madeira e presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, “as linhas vermelhas são uma invenção prodigiosa da esquerda para dificultar cenários de governabilidade”. Uma ideia expressa no recente congresso do Partido Social Democrata e que abre a possibilidade a um acordo entre os dois partidos.

Alberto João Jardim, ex-presidente do Governo Regional, que falava em Ponta Delgada, nos Açores, à margem de uma conferência sobre os 50 anos do 25 de Abril, mostrou-se radicalmente contra um entendimento entre PSD e Chega. "Nem o Chega é aceitável, nem os comunistas são aceitáveis. É preciso que os portugueses não caiam no logro. Não há extremismos bons. O que se anda a vender aos portugueses é que os extremismos de esquerda são bons e o extremismo de direita é mau. Não. São ambos maus. Há partidos como o PSD que vão nessa cantiga propositadamente vendida do extremismo bom e extremismo mau. É preciso que o PSD não se deixe enrolar nessa conversa.”

Ora, esta é a posição de Alberto João Jardim a 22 de Abril de 2024. Contudo, há bem poucos meses, o antigo presidente do governo madeirense tinha ideia completamente contrária. Numa entrevista concedida ao Expresso- entrevista feita por Sebastião Bugalho, apresentado esta semana como cabeça- de-lista da AD às eleições Europeias de 9 de Junho- e publicada a 25 de Novembro de 2023, Alberto João Jardim foi claro e preciso naquilo que era o seu pensamento.

“Eu hoje defendo que deve haver uma grande frente, incluindo o próprio Chega, para derrotar o socialismo e o comunismo. Se for preciso uma coligação governamental, defendo que seja feita.”

Na mesma entrevista, Alberto João Jardim desenvolveu a sua ideia de um desejado acordo entre PSD e Chega. “Neste momento, estão partidos de extrema-direita em vários governos da Europa. Em nenhum deles se verificou qualquer atentado à democracia ou violação da normalidade democrática. Estão ali, direitinhos, a cumprir a Constituição. Não se derrota a extrema-direita com as tiradas da esquerda. Derrota-se, obrigando-a a cumprir o jogo democrático e esvaziando-a dentro do jogo democrático. A direita democrática só derrotará a esquerda e a extrema-direita se, perante a derrota da esquerda, colocar a extrema-direita numa área de poder em que esta cumpre a Constituição e deixa de ser qualquer tipo de ameaça.”

"Nem o Chega é aceitável, nem os comunistas são aceitáveis. É preciso que os portugueses não caiam no logro". A posição de Alberto João Jardim foi sempre esta?