50 anos depois da Revolução ainda “falta cumprir-se Portugal”
O DIÁRIO, guiado pelo historiador Emanuel Janes, visitou vários locais emblemáticos da época da Revolução no Funchal
O historiador Emanuel Janes recorreu ao verso “falta cumprir-se Portugal”, presente em um dos poemas mais conhecidos de ‘Mensagem’, obra da autoria de Fernando Pessoa, para explicar que os 50 anos do 25 de Abril ficaram pautados por alguma desilusão.
“Há uma certa desilusão nestes 50 anos pelos destinos que a política tomou, que se caracterizou, essencialmente, por dois partidos a se revezarem no governo”, sublinhou.
Tendo experienciado na primeira pessoa os primeiros ecos de liberdade na Região, prontamente esclareceu que o 25 de Abril só chegou à Madeira a 1 de Maio, em sequência de uma grande manifestação convocada pelos jornais e pelas rádios, que teve a ordem em primeiro plano e a Praça do Município como ponto de encontro.
“As pessoas que viviam nas zonas rurais chegavam de
autocarro, camiões, em todo o tipo de transportes e a praça encheu. Foi sempre
‘patrulhada’ por militares que também se juntaram à manifestação como parte do
povo”, referiu Emanuel Janes, na praça que outrora ficou coberta de gente envergando
cartazes pela liberdade e recusando a ida de “nem mais um soldado para a África”.
A entrevista não ficou pela Praça do Município, mas, sempre liderada pelo também
investigador prolongou-se por vários locais emblemáticos da época anterior e
posterior ao 25 de Abril, que certamente já por eles passou e não se deu conta
que um dia importaram outro destaque na sociedade madeirense.
Leia a entrevista na edição de hoje do DIÁRIO, disponível em
formato papel ou versão e-paper.
Veja também o vídeo para que possa identificar os locais históricos
da próxima vez que por eles passar: